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Ana Bessa, mulher de ministro de Sócrates, garante que contracto fictício é real

MP chegou a investigar Ana Bessa e o marido por terem recebido mais de 100 mil euros do amigo de Sócrates através de alegados contratos fictícios.

05 de novembro de 2025 às 18:34

Na sessão da 'Operação Marquês' desta quarta-feira subiu ao pódio Ana Bessa, mulher do ex-ministro Pedro Silva Pereira. Questionada sobre a sua relação de amizade com José Sócrates, em lágrimas explica que o conheceu por via do marido. "Tínhamos uma relação de amizade que foi interrompida quando começou este processo", diz.

“Houve uma quebra de confiança”, afirma a testemunha, que confirma que também o marido cortou as relações com Sócrates.

O Ministério Público (MP) chegou a investigar Ana Bessa e o marido por terem recebido mais de 100 mil euros do amigo de Sócrates através de alegados contratos fictícios e o pagamento de despesas do filho de ambos em Paris.

Em 2013, recebeu um contacto telefónico de Carlos Santos Silva com uma proposta de trabalho. Ana é engenheira e já tinha prestado consultadoria para África. No início de abril de 2013, enviou-lhe um email com uma proposta de trabalho com contrato anual que acabou por aceitar. 

O Procurador questionou a testemunha sobre as atividades que desenvolveu neste período. “Estamos a falar de uma consultadoria para recolha de dados sobre investimento em países africanos. Era uma consultadoria externa. Eu trabalhava em casa”, diz Ana Bessa, que confirma que nunca foi à XLM, empresa para a qual prestava os serviços.

Diz ainda que nas buscas não foi encontrado trabalho prestado para a empresa em questão mas a testemunha insiste que efetivamente prestou serviços de consultadoria. “Nunca me pediram para elaborar projetos”, explica. 

O procurador referiu ainda que Sofia Fava era sua "colega" na XLM e questionou se a testemunha "nunca se apercebeu que o emprego poderia ter a influência de José Sócrates, nunca fez a ligação José Sócrates, Carlos Santos Silva", ao que ela nega.

"O seu filho esteve em Paris a viver com Sócrates", disse o procurador. "Ele licenciou-se em Relações Internacionais, o meu marido falou com José Sócrates e disse-lhe que ele ia para Paris [depois de ter concorrido a um concurso do Ministério dos Negócios Estrangeiros] ele terá dito que 'ele fica lá connosco'", relembra a testemunha que diz que quis participar nas despesas do filho mas que Sócrates não aceitou.

A estadia do filho de Ana Bessa e Pedro Silva Pereira está contabilizada em mais de 14 mil euros, refere o procurador, questionando a testemunha sobre a quantidade de livros de José Sócrates que comprou. "Uns cinco...", responde.

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