Presidente do Chega e a deputada Rita Matias são alvo de abertura de inquérito por divulgarem nomes de crianças de escola de Lisboa.
O líder do Chega disse esta quarta-feira respeitar a abertura do inquérito que lhe foi instaurado pelo Ministério Público e manifestou-se convicto de que será arquivado, por considerar que se trata de uma questão de "liberdade política".
Em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, em Lisboa, André Ventura disse que ainda não foi informado pelo Ministério Público da abertura do inquérito, por ter divulgado, na Assembleia da República, nomes de crianças imigrantes matriculadas numa escola de Lisboa, mas manifestou "respeito pela justiça portuguesa".
"Estou confiante de que chegaremos ao fim e perceberemos que esta é uma questão de liberdade política, de ação política e de discurso político", afirmou, salientando que, em casos parecidos como este, incluindo em processos que o envolveram, a Justiça concluiu que estava "na linha da liberdade de expressão".
André Ventura disse lamentar, contudo, que a justiça esteja a "perder tempo a olhar para o parlamento", considerando que é tempo "que se podia estar a gastar num inquérito a crimes de violação, de corrupção, de branqueamento de capitais" ou a incendiários.
O líder do Chega referiu que ainda não sabe o que motivou a abertura do inquérito, mas disse suspeitar que foi devido a denúncias de associações ou movimentos cívicos, considerando se está a criar uma "nova forma de fazer política, que é criminalizar políticos, procurar que tudo o que eles digam seja alvo de crime", deixando um apelo a essas associações.
"Nós não devemos entupir a justiça criminal porque não gostamos de um político, porque queremos vê-lo atrás das graves porque não os conseguimos combater", disse.
André Ventura não manifestou qualquer arrependimento com o facto de ter divulgado nomes de crianças, frisando que quis chamar a atenção "que as escolas portuguesas estão a ficar, em muitos casos, cheias de estrangeiros", procurando equiparar a sua situação com a de uma reportagem da RTP, na qual se via uma imagem de uma pauta de notas dos exames nacionais com o nome de algumas crianças.
"Será que a RTP vai ser alvo de um inquérito-crime? Ou é preciso que estas associações de esquerda façam a mesma coisa? Ou é preciso que o Chega faça queixas?", questionou.
Interrogado se vai colaborar com a justiça, André Ventura considerou que deve ser "o indivíduo do país que mais colabora com tudo", afirmando que "todos os dias" responde "às perguntas do país".
Nesta conferência de imprensa, o líder do Chega abordou ainda os incêndios que estão a assolar o país, deixando um "apelo profundo, e de alguma forma desesperado", para que o PSD aprove um projeto de lei do seu partido para que os incendiários "nunca tenham pena suspensa".
"É garantir que as penas são efetivamente cumpridas, que incendiário é terrorista e que tem de cumprir, por isso, uma elevada pena de prisão", disse.
O Ministério Público confirmou esta quarta-feira a abertura de um inquérito ao presidente do Chega, André Ventura e à deputada do partido Rita Matias, sobre a divulgação de nomes de crianças imigrantes matriculadas numa escola de Lisboa.
Em resposta enviada à Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) adiantou que "confirma-se a instauração de inquérito relacionado com a matéria".
André Ventura mencionou a lista de nomes na Assembleia da República, durante o debate parlamentar às alterações da lei da nacionalidade, no início de julho, e Rita Matias divulgou os nomes completos num vídeo partilhado nas redes sociais.
"Estes senhores são zero portugueses", disse André Ventura, perante os aplausos de pé da sua bancada.
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