Presidente do Chega quer transformar o congresso deste fim de semana num palco para definir eventual acordo com o PSD.
André Ventura, deputado e presidente do Chega, quer transformar o congresso deste fim de semana num palco para definir e votar as "balizas" de um eventual acordo de Governo com o PSD após as próximas legislativas.
Com uma moção intitulada "Governar Portugal", Ventura centra os objetivos do III congresso nacional, de sexta-feira a domingo, em Coimbra, nessa discussão, de "perceber até que ponto o partido entende que deve ou não integrar um eventual governo de direita".
Em declarações à agência Lusa, o deputado da direita populista, assumiu que quer "pedir ao congresso balizas, limites para participação do Chega no governo", numa reunião a que já chega líder, eleito em diretas, com 97,3% dos votos, mas em que escassos 11,5% dos perto de 28 mil militantes tinham as quotas em dia.
Depois de, na sequência das presidenciais em que ficou em terceiro lugar, já ter "pedido" quatro ou seis pastas num eventual acordo de governo, agora, em véspera do congresso, volta a mencionar o assunto sem números, e admitiu que não vai "moderar" posições.
Em termos formais, o presidente do partido afirmou que essas "balizas" e "condições" irão a votos pelos delegados, através a sua moção e da eleição dos órgãos nacionais que vai propor ao congresso: "O Chega é um partido de governo e não um partido de protesto."
Politicamente, André Ventura afirmou ser essencial uma "reforma da justiça", em matérias polémicas como a prisão perpétua ou a castração química, para que exista um acordo, por exemplo, com o PSD.
A "pena de prisão perpétua" para a criminalidade grave, criminalidade sexual, crimes de sangue e terrorismo é uma das exigências desde a "praticamente" a fundação do partido, mas também a castração química de pedófilos ou o fim do cúmulo jurídico "tal como se conhece", exemplificou.
"Estamos dispostos a fazer cedências naturalmente, mas ou o PSD aceita alguns elementos que para nós são fundamentais ou não vale a pena pensarmos num Governo. Se não é um governo fantoche e não um governo de salvação nacional", disse, apontando a um ponto de convergência com os sociais-democratas: a defesa da redução do número de deputados.
Apesar de, pelo calendário, as legislativas só se realizarem em 2023, se não houver uma crise política até, o líder do Chega já começou a definir uma meta eleitoral, "entre 10% e 15%", próximo dos 11,9% que conseguiu nas presidenciais de janeiro.
"Queremos trabalhar para chegar aos 15% e ser um membro por direito próprio, incontestado do governo. Não queremos ir para o governo à boleia a ninguém", concluiu.
Num congresso com 500 delegados, e em que a organização promete respeito pelas regras de distanciamento devido à epidemia de covid-19, depois da polémica com o tema na convenção de Évora, o líder afirma que vai renovar os órgãos nacionais.
Recusando a ideia de fazer estas mexidas devido às polémicas internas dos últimos meses, incluindo de dirigentes nacionais, o deputado único do Chega afirmou tratar-se de "rejuvenescimento".
Da direção, saem três vice-presidentes e promete que haverá a entrada de "mais mulheres e mais jovens" para os órgãos do partido, num congresso em que também será alterado o programa do partido que, segundo o líder, não é uma forma de se adaptar e evitar a ilegalização, em análise no Tribunal Constitucional.
Para domingo, está previsto um discurso do presidente da Liga, partido da extrema-direita italiana, Matteo Salvini.
Ventura foi eleito presidente da direção nacional pela terceira vez em menos de três anos em eleições diretas realizadas em 6 de março, com 97,3% dos votos, mas apenas 11,5% dos perto de 28 mil militantes tinham as quotas regularizadas.
O fundador, militante n.º 1 e deputado único do Chega foi eleito pela primeira vez 30 de junho de 2019, em Algés (Lisboa), e demitiu-se em abril de 2020, justificando-o com a contestação interna devido à sua abstenção no parlamento sobre a renovação do estado de emergência em virtude da pandemia de covid-19.
Na II Convenção Nacional, em setembro de 2020, em Évora, foi reeleito, mas a direção que propôs só à terceira vez conseguiu a maioria de dois terços dos votos dos congressistas.
Na sequência das eleições presidenciais de 24 de janeiro, voltou a demitir-se por ter falhado os objetivos de ficar à frente da ex-eurodeputada socialista Ana Gomes e forçar o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, a uma segunda volta.
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