"Se fosse Presidente da República, manifestaria publicamente uma opinião diferente relativamente ao posicionamento do Estado português", assegurou.
O candidato presidencial comunista António Filipe defendeu este sábado que o Governo deveria dar o "apoio diplomático necessário" para garantir a segurança dos cidadãos portugueses na flotilha que ruma à Faixa de Gaza.
Em declarações aos jornalistas após ter visitado a Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante!, na Quinta da Atalaia, Seixal, António Filipe defendeu que, tendo em conta que há cidadãos portugueses na flotilha humanitária, "o Estado português não deve deixar de acompanhar essa situação e de dar o apoio diplomático que seja necessário, até para garantir a segurança".
"Creio que a forma como o Governo reagiu não foi a mais adequada. Creio que não devemos ignorar, independentemente do facto de uma das pessoas que participa ser titular de um órgão de soberania -- isso não é irrelevante --, mas, havendo cidadãos portugueses, o Estado não pode deixar de estar atento, de acompanhar a situação e fazer o que estiver ao seu alcance para garantir a vida e a segurança dos nossos concidadãos", sustentou.
António Filipe referia-se à flotilha humanitária que partiu de Barcelona no domingo passado rumo à Faixa de Gaza, onde Israel combate o movimento islamita Hamas, e que é integrada pela coordenadora do BE, Mariana Mortágua, pela atriz Sofia Aparício e pelo ativista Miguel Duarte.
Após Mariana Mortágua ter defendido que o Governo português tinha a obrigação legal e moral de usar "todos os instrumentos" para garantir que a flotilha conseguia chegar em segurança à Faixa de Gaza, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, refutou essa teoria, considerando-a inusitada.
"Não vamos agora pôr a frota da Armada Portuguesa a acompanhar esta flotilha ou a desencadear uma guerra contra Israel, não sei bem o que é que se pretende", afirmou Paulo Rangel.
Nestas declarações aos jornalistas, António Filipe, candidato apoiado pelo PCP, defendeu que o Presidente da República deveria ter um papel mais interventivo no que se refere à situação na Palestina, frisando que é o representante máximo do Estado português a nível internacional e a sua opinião sobre a matéria "deve ser considerada".
"E eu creio que Portugal já devia ter reconhecido há muito tempo o Estado da Palestina, que deveria fazê-lo sem condicionamentos", sustentou, considerando incompreensível que Portugal seja "um dos poucos países do mundo" que ainda não o fez.
António Filipe defendeu ainda que o Estado português já deveria ter tido "uma posição mais firme no plano internacional de condenação do genocídio que está a ser levado a cabo pelo Estado de Israel contra o povo de Gaza" e também perante os colonatos que se "continuam a estender de forma absolutamente ilegal" na Cisjordânia.
"O Estado português deveria ser mais afirmativo nessa matéria e deixar a ambiguidade em que se tem vindo a refugiar e que tem militado a favor de uma condescendência relativamente ao genocídio que está a ser levado a cabo na Faixa de Gaza", afirmou.
Questionado se considera que o Presidente da República também tem manifestado essa ambiguidade, António Filipe disse que, "em determinados momentos, isso é óbvio", frisando que, caso ele próprio fosse Presidente, teria uma postura diferente perante a "forma cúmplice" como o Governo se tem comportado perante Israel.
"Eu, se fosse Presidente da República, manifestaria publicamente uma opinião diferente relativamente ao posicionamento do Estado português", assegurou.
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