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Associação de militares defende que armas de Tancos devem ser distribuídas

Presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas defende inquérito disciplinar feito pelo Exército.

25 de setembro de 2017 às 09:11

A Associação dos Oficiais das Forças Armadas, que representa militares dos três ramos, defende que o inquérito disciplinar levado a cabo pelo Exército ao furto de armas dos paióis de Tancos foi aprofundado, e "concentrou-se bem" na unidade que vigiava aquele espaço no dia do crime.

No entanto, a associação socioprofissional espera que a anunciada transferência do material armazenado na unidade assaltada seja feita com ponderação, recusando regras comuns aos três ramos para segurança do armamento.

CM - Como comenta o momento atual da investigação ao furto de Tancos?

António Mota, presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas - Não falamos sobre questões operacionais. No entanto, existem já relatórios disciplinares finalizados e que levaram a 3 processos.

CM - A investigação podia ter ido mais acima na hierarquia?

António Mota - O facto de estarem a ser responsabilizados um capitão, um sargento e um cabo, pertencentes à unidade que estava responsável pela segurança dos paióis no dia do crime, não significa que não tenha havido uma responsabilização de outros oficiais. Para nós é óbvio que só poderiam ser pessoas da unidade em causa e, no máximo, o inquérito só poderia vir a atingir o comandante. Tancos nunca poderia responsabilizar um general.

CM - A transferência de armamento de Tancos é a solução correta?

António Mota - Penso ser prematuro estar a pensar assim. Estamos a falar dos maiores paióis de material militar do País, e seria lógico distribui-lo por várias unidades mais seguras do que Tancos. Não vemos, no entanto, razões para criar uma política comum de armazenamento de armas. Temos instalações militares afetas à NATO com as suas próprias normas, por isso acreditamos que o ministério não vá impor regras comuns aos três ramos.

CM - Existem instalações militares em Portugal acessíveis a grupos criminosos?

António Mota - Não acreditamos nesse cenário. As instalações militares em todo o País são seguras, onde uma intrusão é complicada, e pode acabar mal para quem tenta. Conheço várias dezenas de unidades dos três ramos que provam isso.

Perfil

António Augusto Proença da Costa Mota, 57 anos, nasceu em Queluz, no concelho de Sintra. Tenente-coronel da Força Aérea reformado, tem 36 anos de serviço militar. Estava colocado no Ministério da Defesa, em Lisboa, quando passou à reserva. Secretário-geral da Associação dos Oficiais das Forças Armadas entre 2012 e 2016, passou à presidência desta estrutura em maio de 2016. É pai de três filhos.

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