page view

Augusto Santos Silva acusa Rui Rio de "lógica populista"

Avisa PSD para não cair na obsessão da justiça e dos “enxovais” ataque.

01 de novembro de 2019 às 09:29

O Governo tomou as rédeas do confronto com o PSD e somou pontos no segundo e último dia do debate do programa do Governo, esta quinta-feira, na Assembleia da República.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, acusou o líder do PSD, Rui Rio, de "alimentar a lógica populista", com a "obsessão em diminuir regras e instituições editoriais", desrespeitando a independência, referindo-se ao momento em que Rio acusou a RTP de favorecer o Executivo.

Menos original nas críticas, o líder do PSD voltou a assinalar que "um Governo grande não é sinónimo de um grande Governo". "Com 70 membros, o novo Governo forma seis equipas de futebol e ainda lhe sobram quatro suplentes", ironizou. Apesar de não querer seguir a política do "bota-abaixo", um recado para dentro do seu próprio partido, Rio atirou: "Os serviços públicos e a Saúde, em particular, são as nódoas mais escuras da governação socialista".

"As palavras doces que este programa contém chocam com a realidade de quatro negros anos de degradação dos nossos serviços públicos", rematou.

Para o líder do PSD a probabilidade de o programa do Governo ter sucesso é o mesmo que "acertar na lotaria do Natal" e "seja num simples namoro ocasional de apenas um ou dois anos, numa união de facto mais ou menos assumida ou num casamento sólido e duradouro", o "enxoval" do Governo terá de ter como contrapartida "a felicidade desta exigente noiva", referindo-se às bancadas da esquerda parlamentar.

Santos Silva, o ministro escolhido por Costa para encerrar o debate no parlamento, rejeitou as conceções do passado sobre política baseadas em "noivas e enxovais, com uma tia a vigiar". E aproveitou para denunciar "a indiferença" de Rio sobre o aumento do salário mínimo nacional para os 750 euros em 2023, quando o líder do PSD disse que a proposta lhe parecia "arrojada".

O frente a frente no arranque da legislatura não descarta, porém, acordos de regime do bloco central . "É sabido que o PSD tem assumido uma posição europeísta que" a líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes espera que não abandone, pois é mais próxima da que defende o PS, afirmou.

Rio também admite que "poderá concordar com algumas intenções expressas no programa do Governo", contudo "só na proposta de orçamento é que se perceberão as opções da ação governativa".

Aviso às esquerdas de perigo de traição

Bloco não passa cheques em branco

"Não faz sentido explorar petróleo"

"Emergência climática" no Livre

Geringonça vem com o Orçamento

Programa que "não acredita" no País

PCP será oposição por trabalhadores

Jerónimo de Sousa avisou o PS que fará "firme oposição às medidas contrárias aos interesses dos trabalhadores" e criticou o programa do Governo por manter "a degradação dos direitos laborais".

Verdes exigem "contas certas"

José Luís Ferreira disse estar disponível para colaborar com o Governo, mas exigiu "contas certas com os reformados, o SNS, a educação, os transportes públicos e as áreas protegidas".

Atenção para a Saúde e pensões

Orçamento na Assembleia até dia 15 de dezembro

Logo a seguir, e ainda antes do fim do ano, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que irá receber os partidos com assento parlamentar e os parceiros sociais. A votação do documento "irá concluir-se no próximo ano", segundo o Chefe de Estado .

O primeiro debate quinzenal com o primeiro-ministro desta legislatura vai realizar-se na próxima semana, dia 13 de novembro e o segundo no dia 28, de acordo com a reunião desta quinta-feira da conferência de líderes que se realizou logo após debate do programa do Governo.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8