Maria Belo, Grã-mestre da grande loja feminina portuguesa, organiza no próximo sábado, em Lisboa, a assembleia do Comité Internacional de Maçonarias Femininas.
Correio da Manhã –A maçonaria ainda suscita interrogações a muita gente. O que se discute na Grande Loja Feminina?
Maria Belo – A nível da Grande Loja debate-se principalmente a organização interna. A verdadeira função da maçonaria passa pelas lojas onde se discute vários temas: questões maçónicas, da sociedade, da vida, filosóficas, artes, entre outras. Tradicionalmente, há dois temas que são proibidos: a religião e a política, o que não quer dizer que não apareçam pelo meio.
A Grande Loja é um associação aberta a todas as mulheres?
– Sim, qualquer mulher pode candidatar-se. Basta ser livre e de bons costumes. A maçonaria feminina não é elitista e as pessoas que entram na associação é porque se revêem nos nossos princípios, independentemente das profissões. Temos maçons desde o estatuto social mais baixo ao mais alto.
Mas ainda existe um grande preconceito na sociedade em relação à maçonaria?
– Sim, ainda existe uma imagem obscura sobre a maçonaria, mas já se assiste a uma maior abertura, quer da sociedade quer da própria maçonaria. Já existe muita informação disponível sobre estas associações e um maçon pode-se assumir publicamente. Mas ainda há um preconceito, reflexos da época em que a maçonaria era clandestina.
Como é a relação entre maçonarias em Portugal, já que tradicionalmente a maçonaria é um mundo de homens?
– A maçonaria sempre foi um movimento de homens, mas já existem muitas associações de mulheres. Em Portugal, penso que só a Grande Loja Regular ainda possa não considerar as mulheres como maçons, mas de qualquer modo, as nossas relações são muito boas e costumamos colaborar em iniciativas.
Qual é o contributo da maçonaria para a sociedade?
– A maçonaria serve para que as pessoas sejam melhores do ponto de vista do seu pensamento e daquilo que fazem. Depois, cada maçon terá a sua influência na sociedade porque não temos nenhuma missão específica.
Estamos às portas de uma campanha política. Que temas gostaria de ver discutidos?
– Todos os temas que dizem respeito a sociedade portuguesa, obviamente, mas só os partidos os podem decidir consoante as suas prioridades. A política não diz respeito à maçonaria, mas interessa a muitas maçons que estão integradas nos partidos e, eventualmente, nas listas.
O que vai ser debatido no Comité Internacional de Ligação das Maçonarias Femininas (CLIMAF)?
– O CLIMAF é a ocasião para as maçonarias femininas de todo o mundo se relacionarem e confrontarem experiências e pensamentos. Vai ser discutido, por exemplo, o modo como podemos apoiar as maçonarias femininas nos países menos desenvolvidos e também preparar o colóquio da sociedade em 2006, que ocorrerá em Portugal.
Maria Belo, de 66 anos, é a actual grã-mestra da Grande Loja Feminina Portuguesa (GLFP), uma maçonaria unicamente para mulheres. Já foi eurodeputada socialista, é psicanalista, mãe de um filho que já lhe deu dois netos. Em Setembro passado, foi eleita para o cargo máximo da instituição.
A GLFP foi criada há 18 anos e Maria Belo foi uma das quatro fundadoras da primeira loja, chamada de Unidade e Mátria. Hoje em dia, a associação já conta com cerca de 250 maçons e dez lojas distribuidas por todo o País. Mulheres unidas sob o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
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