Partido quer garantir que "o acesso à IVG é possível, que é protegido e que é garantido pelo Serviço Nacional de Saúde".
A coordenadora do BE sublinhou esta sexta-feira que o seu partido quer garantir o direito ao aborto, que considerou não estar a ser respeitado, propondo medidas como o acesso à IVG medicamentosa nos centros de saúde.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com a Associação para o Planeamento da Família (APF), em Lisboa, Mariana Mortágua recordou que este domingo se assinalam os 17 anos desde que foi aprovado, em referendo, o direito à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).
"Esse direito, embora tenha sido consagrado por referendo, não está a ser respeitado porque o acesso à IVG é na prática dificultado a milhares de mulheres, porque nem todos os hospitais fornecem essa possibilidade, porque há questões na organização hospitalar que dificultam o acesso", afirmou.
Mariana Mortágua salientou que o BE quer garantir que "o acesso à IVG é possível, que é protegido e que é garantido pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), porque é a única forma de o fazer".
"Queremos fazê-lo recordando os enormes ganhos que esta lei teve para Portugal, não só o número de IVG diminuiu, como há muito mais acesso a saúde, as complicações médicas reduziram-se também e, acima de tudo, o país deixou de enviar mulheres para a prisão por acederem a um direito que devia ser seu desde o início", disse.
Questionada sobre que medidas é que podem ser tomadas para facilitar esse acesso, Mariana Mortágua respondeu que "há questões legais que têm de ser resolvidas e há questões de organização dos serviços que têm de ser resolvidas".
"Uma das questões que tem de ser resolvida tem a ver com o acesso à própria IVG. Ele não é garantido em todo o território, em todos os hospitais, e não é garantido nos cuidados de saúde primários, nos centros de saúde", disse.
Para a coordenadora do BE, "não há nenhuma razão para que uma IVG medicamentosa não possa ser de acesso a partir de um centro de saúde".
No que se refere à organização dos serviços, Mariana Mortágua referiu que a lei estipula que os médicos que invocam objeção de consciência à prática do aborto devem comunicá-lo, para "haver um planeamento".
"Isso na prática não acontece e, porque não acontece, impede uma organização dos serviços que depois tem como efeito prático que as mulheres, quando chegam ao serviço - e sabemos que aqui os prazos contam e cada dia conta - não têm acesso porque não há profissionais disponíveis", salientou.
Já interrogada se considera que há forças políticas que põem em causa o acesso ao aborto, a líder do BE disse pensar que a IVG em Portugal "é um assunto consensual".
"Não há em Portugal quem não possa reconhecer os benefícios da lei da IVG. E, portanto, esta lei tem de ser protegida e é preciso garantir que ela se aplica na prática e neste momento ela não está a ser aplicada", afirmou.
Por sua vez, a diretora executiva da APF, Sara Rocha, disse aos jornalistas que a reunião com o BE "foi produtiva", tendo a associação conseguido transmitir ao partido as suas preocupações, em particular "com o acesso generalizado aos cuidados de saúde sexual e reprodutiva, nomeadamente a melhoria de condições de acesso à IVG".
"Nós conseguimos transmitir ao BE que é muito importante que haja mudanças na lei da IVG, mas que também haja muitas mudanças na prática dos serviços relacionados com a sexualidade e a educação sexual porque os jovens e as jovens não estão a receber toda a informação de que precisariam e em situações de IVG não há um acesso suficiente", afirmou.
Sara Rocha considerou ainda que tem "havido um desinvestimento na área da educação sexual", apelando a que os partidos e o parlamento "compreendam que é importante fazer chegar informação fidedigna aos jovens para que possam tomar decisões conscientes sobre a sua sexualidade".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.