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BE diz que comissário devia ter-se abstido de comentários

Catarina Martins referia-se às declarações de Moscovici.

08 de março de 2016 às 15:14

A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerou esta terça-feira que o comissário europeu dos Assuntos Económicos devia ter-se abstido de fazer comentários de forma a não criar "instabilidade política em Portugal".

"Ainda não ouvi as declarações, mas há frases que a melhor maneira de não serem mal interpretadas é não serem ditas. Abstinha-se de comentários para criar instabilidade política em Portugal. Primeiro não é o seu papel, depois não é o seu poder", disse Catarina Martins aos jornalistas à margem de uma visita à escola Secundária de Casquilhos, no Barreiro.

O comissário europeu dos Assuntos Económicos Pierre Moscovici "clarificou" as suas declarações da véspera relativamente a Portugal, apontando que nada mudou e há confiança na capacidade do Governo português em executar o orçamento de 2016 com respeito pelas metas.

Catarina Martins disse que o Bloco de Esquerda tem estado envolvido nas negociações do Orçamento do Estado do Governo PS, salientando que o seu partido já reconheceu "divergências" mas apesar disso o orçamento espelha o acordo que o bloco fez e na especialidade vai lutar para o melhorar.

"É bom não misturar o que não deve ser misturado. Este orçamento do Estado está na sua reta final, com a especialidade julgo que conseguimos a recuperação de rendimentos que está acordada, não há aqui nenhum plano b ou plano c, é sempre a recuperação de rendimentos", frisou Catarina Martins.

A deputada do Bloco lembrou que "temas complicados" que serão colocados em cima da mesa, avançando que o BE não desiste deles: "nomeadamente o controlo público do Novo Banco e a restruturação da divida publica, e aí, talvez a comissão europeia tenha mais dificuldades com as nossas opiniões, mas não desistiremos desse percurso porque julgamos essencial para defender a economia portuguesa ", afirmou.

Para Catarina Martins existe uma "maioria parlamentar que assenta num princípio reposição de rendimentos do trabalho, salários e pensões e proteção do estado social" salientando acreditar que "quem vive do seu salário, da sua pensão não vai pôr o dinheiro que vai recuperar numa 'off shore', pelo contrario vai usa-lo aqui no país e com isso acabar com o ciclo infernal de insolvências e destruição de postos de trabalho", acrescentou.

Catarina Martins não colocou de parte discussões com a Comissão Europeia, uma que tem a ver com o controlo sobre o sistema financeiro, e a pressão que a União Europeia está a fazer para a venda do Novo Banco e outra com a reestruturação da dívida pública dos países da periferia do euro.

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