"Que os mais pobres não sejam eles, de novo, a pagar a fatura do que estamos a viver", disse José Ornelas.
O bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, manifestou esta quarta-feira o desejo de que os responsáveis políticos, nacionais e internacionais, procurem o consenso para ultrapassar as dificuldades económicas provocadas, nomeadamente, pela guerra na Ucrânia.
"Que os mais pobres não sejam eles, de novo, a pagar a fatura do que estamos a viver", disse José Ornelas em conferência de imprensa no âmbito da peregrinação de 12 e 13 de outubro ao Santuário de Fátima.
O prelado, que é também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), assegurou que este "é um tema que a Igreja acompanha, preocupada com os mais pobres".
José Ornelas, que aludiu a 2022 como "um ano marcado por acontecimentos complicados a nível mundial", destacando a guerra na Ucrânia, que "põe em causa não só a segurança dos ucranianos, como dos povos vizinhos", frisou que "em Fátima, o tema da paz, da preocupação com o mundo e o seu futuro" está sempre presente.
O bispo abordou ainda a caminhada sinodal que a Igreja Católica está a viver, e que culminará no Vaticano no próximo ano, caracterizando-a como "um movimento de mudança".
No encontro com os jornalistas, participou também o reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, que apresentou os números da afluência de grupos organizados ao templo mariano desde janeiro.
Segundo o reitor, "até final de setembro foram 2.133 os grupos de peregrinos" registados no Santuário, 1.340 dos quais estrangeiros, o que significa um aumento de mais de um milhar de grupos em relação a todo o ano de 2021.
"Outubro é para os estrangeiros o mês de maior presença no Santuário", adiantou Carlos Cabecinhas, apontando Espanha, Polónia e Itália como os três países de com maior presença na Cova da Iria.
Já os grupos asiáticos registam, ainda, "números longe dos registados no período pré-pandemia".
Carlos Cabecinhas aproveitou a ocasião para abordar, também, a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e a participação que o Santuário quer ter nessa grande iniciativa que congregará jovens de todo o mundo em Lisboa, em agosto do próximo ano, e que será encerrada pelo Papa.
"O Papa estará em Fátima em 2023. Virá no contexto da JMJ, ainda sem data concreta", disse o reitor, acrescentando que o Santuário está a preparar um conjunto de iniciativas para o período que precede e se segue à Jornada.
Em maio, a peregrinação de 12 e 13 contará com a presença dos símbolos da JMJ - a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani --, ao mesmo tempo que está a ser preparada uma "aldeia jovem", que funcionará no período imediatamente antes e imediatamente após o encontro mundial de Lisboa.
O novo ano pastoral do Santuário de Fátima, a iniciar em 26 de novembro, terá também como tema orientador a JMJ, com programação virada para os jovens que por ali passarão nos próximos meses.
Subordinado ao tema da própria Jornada, definido pelo Papa Francisco -- "Maria levantou-se e partiu apressadamente" -- o ano pastoral do Santuário vai apresentar no seu itinerário "uma série de iniciativas pastorais e logísticas, de forma a ser o lugar de encontro da juventude portuguesa e mundial", que participa na JMJ e que se apreste a fazer "a experiência de um encontro com Deus através de Nossa Senhora", informou o Santuário de Fátima.
"A partir do início do próximo ano serão desenvolvidos workshops e diversas propostas de reflexão e oração, em formato de itinerário do peregrino, com esquemas de oração e vivência espiritual de Fátima", adiantou o jornal Voz da Fátima, especificando que haverá um programa de workshops, de cerca de 25 minutos cada, em torno de quatro temáticas: Adoração, Imaculado Coração, Oração do Rosário e Sacrifício.
Estes encontros acontecerão ao longo do dia, em diferentes horas e espaços do Santuário, em português, espanhol inglês e francês.
Em preparação está também o lançamento de seis caminhos para peregrinar a Fátima, partindo de locais próximos, e com percursos entre os cinco e os 15 quilómetros.
Caminhos com Santa Jacinta Marto, com o Anjo da Paz, com a Senhora do Rosário, com a Irmã Lúcia de Jesus, com o Imaculado Coração de Maria e com São Francisco Marto compõem este programa de peregrinação.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto de 2023, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
A edição de 2023, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para este ano, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.
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