"O Bloco assume o compromisso da negociação de um acordo de maioria para um programa de Governo que faça aquilo que nunca foi feito", anunciou Mariana Mortágua.
A coordenadora do BE assumiu, esta sexta-feira, o compromisso de, após as legislativas de março, "negociar um acordo de maioria para um programa de Governo" de esquerda que terá que ter medidas concretas para resolver problemas na saúde, educação, habitação ou salários.
Em conferência de imprensa em Lisboa, Mariana Mortágua assumiu "toda a responsabilidade da clareza e de informar os eleitores sobre ao que vem" o partido nas próximas eleições, considerando que "Portugal precisa de soluções para os problemas que foram criados, que foram mantidos e que foram muitas vezes agravados pela maioria absoluta".
"Apresentando o seu programa, o Bloco assume o compromisso da negociação de um acordo de maioria para um programa de Governo que faça aquilo que nunca foi feito", anunciou, referindo que esta decisão foi tomada na reunião da véspera da Comissão Política do partido.
De acordo com a líder bloquista, é o voto no BE que "garante de que Portugal vai ter uma maioria comprometida com um programa de esquerda e com medidas que solucionem os problemas que a maioria absoluta não soube resolver e que agravou".
Mariana Mortágua elencou as áreas da habitação, saúde, educação, salários, clima e cuidados para a infância e velhice como aquelas em que o partido vai exigir "medidas concretas" nessa eventual negociação, apresentando assim uma espécie de caderno de encargos sobre cada uma destas áreas com aquelas que são as propostas do partido.
"Sabemos que a mera soma de deputados não faz só por si uma maioria estável. Essa estabilidade depende de medidas concretas que invertam e corrijam as escolhas da maioria absoluta do PS", enfatizou.
A líder do BE anunciou que em 20 de janeiro será apresentado o programa eleitoral do partido às legislativas de 10 de março e será "com base nessas propostas e no seu debate público" que os bloquistas assumem "a responsabilidade de abrir caminhos de diálogo, de clareza e de mobilização, para concretizar medidas" que façam deste ato eleitoral antecipado o "início de uma mudança decisiva para o povo".
Questionada sobre se já tinha falado sobre esta disponibilidade de negociação com o secretário-geral eleito do PS, Pedro Nuno Santos, Mortágua respondeu que não e que o diálogo que manteve com o socialista foi apenas para o "cumprimento de cortesia" após a sua eleição.
Sobre o `timing´ para este anúncio, a manhã do dia em que começa o congresso do PS, a coordenadora bloquista explicou que se trata da dia seguinte à reunião do órgão bloquista e que este é "o momento certo para o fazer" e, por isso, "nem é tarde nem é cedo", tendo referido antes que o PS já "fez a sua definição interna" e por isso "é preciso ter toda a transparência, toda a clareza".
"Há uma responsabilidade da esquerda de dar um horizonte de esperança ao país. Foi essa a responsabilidade que assumimos em 2015 quando assinamos um acordo com o PS para reverter as medidas da direita. O que é preciso hoje é muito mais do que isso", avisou.
Referindo que "em 2019 o PS recusou um acordo escrito e rompeu o diálogo com a esquerda", Mortágua reiterou que o compromisso do partido é "negociar medidas para resolver os problemas do Portugal".
Interrogada sobre se este eventual acordo pós-eleitoral poderá ser no mesmo formato da geringonça em 2015, ou seja de incidência parlamentar, ou se o BE admite assumir outras responsabilidades e ter uma presença no Governo, a bloquista não respondeu diretamente e disse apenas que aquilo que o partido quer é "garantir que há maioria no parlamento em torno de medidas concretas".
"Todos os partidos têm a responsabilidade de dizer como é que vão resolver cada problema que Portugal enfrenta e esta é a única forma de termos uma campanha eleitoral que seja transparente, esclarecedora ao país, que diga ao país o que é que cada partido vai fazer num cenário em que ninguém quer uma maioria absoluta", disse.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.