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Câmara de Aveiro insiste que pavilhão da Universidade está ilegal

Edifício "foi construído sem conhecimento formal nem licenciamento", refere executivo liderado por Ribau Esteves.

15 de julho de 2025 às 12:58

O pavilhão multiusos "Nave Caixa UA" da Universidade de Aveiro, que foi inaugurada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, em maio de 2024, está ilegal, informou a Câmara de Aveiro.

Numa nota camarária, o executivo liderado por Ribau Esteves (PSD/CDS/PPM) refere que o edifício foi "construído sem conhecimento formal nem licenciamento por parte da câmara e de outras entidades competentes, encontrando-se por isso em situação ilegal à luz do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE)".

A informação surge após a Universidade de Aveiro (UA) ter vindo a público refutar uma informação prestada pelo presidente da Câmara durante uma sessão da Assembleia Municipal acerca da ilegalidade daquele edifício.

Na nota, o município esclarece que o edifício foi objeto de dois pareceres negativos do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), tendo recebido na passada sexta-feira um terceiro parecer, este favorável, mas condicionado à instalação de cadeiras elevatórias para acesso aos lugares reservados nas bancadas.

A câmara já oficiou a UA para apresentar a prova do cumprimento desta condição, de forma a poder tramitar a finalização do processo de legalização, propiciando as condições técnicas e legais para a realização de atividades públicas e que necessitam de Licença Especial de Ruído e de outras licenças e autorizações devidas.

Ainda na mesma nota, a autarquia refere que dois dias antes da inauguração da "Nave Caixa UA", prevenindo algum incómodo que pudesse surgir na praça pública, o presidente da câmara avisou o primeiro-ministro da situação ilegal do referido edifício e acrescenta que a participação do autarca na cerimónia "foi um ato de respeito e consideração pela UA e pelo primeiro-ministro de Portugal".

Questionada pela Lusa, a UA nega que o edifício esteja ilegal, alegando que o equipamento em causa não se encontra sujeito a parecer obrigatório do IPDJ, pelo facto de se estar integrado num estabelecimento de ensino.

Num esclarecimento enviado à Lusa, a UA considera ainda profundamente inadequado o tom inurbano utilizado pela Câmara, ao tornar públicas comunicações privadas, reproduzindo e-mails trocados entre entidades, sem a autorização expressa dos respetivos autores e/ou destinatários.

"Tal prática não contribui para a prossecução do interesse público, para o fortalecimento das relações institucionais, nem tão pouco para a elevação do debate público. Pelo contrário, contribui para a degradação do Estado de Direito Democrático e, bem assim, despromove a formação para a cidadania e desrespeita os valores da confiança interinstitucional", refere a UA.

A instituição reafirma ainda o seu firme compromisso com a legalidade, a transparência e a prossecução do interesse público, lamentando que "declarações públicas enviesadas possam colocar em causa o rigor técnico e a elevada responsabilidade institucional que tem orientado o projeto da Nave e todos os seus outros projetos".

O espaço que já foi utilizado para dar palco às fases finais dos campeonatos nacionais universitários tem capacidade para cerca de quatro mil pessoas e foi enquadrada no Campus de Santiago, abrangendo uma área de construção de cerca de 7.000 metros quadrados.

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