Dos mais de 79 mil utentes inscritos no concelho de Faro, cerca de sete mil não têm médico de família atribuído.
O candidato do PS à Câmara de Faro acusou esta quinta-feira o atual executivo (PSD) de não ter aproveitado o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para investir na área da Saúde, considerando que foi uma "oportunidade perdida".
Numa visita ao Centro de Saúde de Faro, onde, entre outros serviços, funcionam cinco Unidades de Saúde Familiar (USF), António Miguel Pina ouviu queixas dos funcionários relativamente à falta de espaço, instalações desadequadas e, também, de escassez de recursos humanos.
"Esta foi uma falha grande dos serviços de saúde e foi também uma oportunidade perdida por esta autarquia, porque há outras autarquias que aproveitaram o PRR e conseguiram em tempo recorde fazer projetos para criar novas extensões do Centro de Saúde e assim colocar aí outras Unidades de Saúde Familiar", disse à Lusa o candidato socialista.
Dos mais de 79 mil utentes inscritos no concelho de Faro, cerca de sete mil não têm médico de família atribuído, o que leva António Miguel Pina a defender que deve ser negociada a criação de uma nova USF, projeto que não é da competência direta do município, mas sim da Administração Central.
"Com certeza que é preciso negociar com o Estado, porque cabe ao Estado financiar estas novas instalações, mas temos de dar o pontapé de saída e fazer o projeto e procurar ter iniciativa. Porque se não tivermos iniciativa e ficarmos de braços cruzados, é aquilo que temos em Faro, é ficarmos de braços cruzados. É este marasmo, este marcar passo que os farenses têm de perceber: se querem continuar, votam na lista do Cristóvão Norte, se querem uma mudança e um novo impulso votam na nossa lista", argumentou.
Segundo António Miguel Pina, o principal desafio "é conseguir ter médico de família para todos", mas para isso "faltam instalações e falta cuidar melhor destas" e, nessa matéria, "o município tem uma palavra a dizer", no âmbito da transferência de competências na área da saúde para as autarquias.
"A autarquia tem já essa responsabilidade há um ano e foi completamente inapta para ajudar estes profissionais. Portanto, esse é o nosso foco, exatamente nas instalações, porque da conversa com os profissionais, percebemos que há, de facto, profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, com vontade de aqui ficarem. Portanto, não há razão para todos os farenses não terem médico de família", declarou.
Ao assumir competências na área da Saúde, o município fica responsável pela gestão operacional e financeira dos centros de saúde na sua área geográfica (manutenção, conservação e gestão dos equipamentos e serviços de apoio logístico) e também pela gestão dos trabalhadores inseridos na carreira de assistente operacional.
O candidato apontou ainda como solução "recordar e pôr em cima da mesa o projeto antigo" de criar uma extensão do Centro de Saúde no Patacão, "criando aí condições para uma USF se fixar e poder dar cuidados mais próximos e a todos os utentes" das zonas rurais do concelho.
António Miguel Pina tem como adversários Adriana Marques Silva, do Livre, Cristóvão Norte, da coligação "Faro Capital de Confiança" (PSD/IL/CDS-PP/PAN/MPT), Duarte Baltazar, da CDU (coligação PCP/PEV), José Freitas Oliveira, do ADN, José Moreira, do Bloco de Esquerda, Pedro Oliveira, do Volt Portugal e Pedro Pinto, do Chega.
Em 2021, a coligação liderada pelo PSD venceu as autárquicas, elegendo seis dos nove mandatos em disputa, enquanto o PS ficou na segunda posição, garantindo os restantes três eleitos. A CDU, que ficou em terceiro lugar, e o Chega, em quarto, não elegeram qualquer vereador.
As eleições autárquicas realizam-se em 12 de outubro.
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