Francisco Rodrigues dos Santos salientou que primeiro-ministro e ministro das Finanças "têm de acertar o passo".
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, considerou esta quarta-feira que o ministro das Finanças, Mário Centeno, desautorizou o primeiro-ministro, António Costa, na questão do Novo Banco, e salientou que os dois "têm de acertar o passo".
"Parece-me a mim que o primeiro-ministro e o ministro das Finanças têm de acertar o passo, não podem continuar desalinhados porque este não é um mero problema de relacionamento pessoal, é um assunto de Estado, de interesse nacional, que está neste momento a revelar uma dessintonia no relacionamento institucional" entre Costa e Centeno, sustentou.
Em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o bispo auxiliar de Lisboa, o líder do CDS assinalou que houve "uma desautorização por parte do ministro das Finanças ao primeiro-ministro" no que toca à transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução destinado à recapitalização do Novo Banco.
Na sua ótica, esta questão "tem que ser esclarecida, a bem do interesse do país".
"O que é importante é que seja esclarecido, para todos os portugueses, se esta relação é de confiança ou se, por outro lado, se deteriorou ao ponto de tornar insustentável, inviável, a coabitação no Governo entre estas duas figuras que ocupam pastas de bastante relevo", apontou igualmente.
Francisco Rodrigues dos Santos aproveitou ainda para criticar a postura do Bloco de Esquerda em torno desta situação.
Criticando uma "retórica de esquerda, de hipócrita", o presidente do CDS assinalou que o partido liderado por Catarina Martins "aprovou um Orçamento [do Estado] onde esta transferência estava prevista e aprovada" e "vem agora queixar-se pelo facto de administrativamente ela ter sido autorizada".
O presidente do CDS-PP lembrou o apelo que lançou ao Governo para que "fosse tão rápido a pagar o que deve aos portugueses, seja no reembolso do IRS, no 'lay-off', como até na entrega do envelope financeiro correspondente às linhas de crédito que prometeu às empresas, como foi a transferir dinheiro para o Novo Banco".
"Numa altura em que muitos portugueses passam por sérias dificuldades, é necessários sermos tão diligentes e ágeis a ajudar a banca, como a apoiar os portugueses, nomeadamente através de uma injeção de liquidez nas famílias e nas empresas", salientou Rodrigues dos Santos aos jornalistas.
Com esta reunião, o CDS "quis homenagear a forma como os católicos portugueses, e a Igreja, têm celebrado a fé" em altura de pandemia.
"Esta pandemia sanitária tem sido estendida também a uma pandemia na pobreza, no isolamento, na exclusão social e isso obriga-nos a desenhar um plano de emergência onde a Igreja certamente terá um papel muito importante, designadamente no setor social, coadjuvando o Estado para apoiar os mais carenciados e os mais vulneráveis da nossa sociedade", apontou.
Hoje de manhã, numa audição regimental da Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República, o ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno, rejeitou que esta injeção tenha sido feita à revelia do primeiro-ministro.
"Não, não foi à revelia, não há nenhuma decisão do Governo que não passe por uma decisão conjunta do Conselho de Ministros", disse Mário Centeno.
Mário Centeno afirmou ainda que "não há transferências nem empréstimos feitos à revelia de ninguém", explicando que "a ficha de apoio ao senhor primeiro-ministro chegou com um par de horas de atraso, e o senhor primeiro-ministro, quando deu a resposta que deu, não tinha à frente dele a informação atualizada".
O Expresso noticiou na quinta-feira que o Fundo de Resolução recebeu mais um empréstimo público no valor de 850 milhões de euros destinado à recapitalização do Novo Banco.
A notícia surgiu depois de António Costa ter garantido no mesmo dia no parlamento, no debate quinzenal, que não haveria mais ajudas até que os resultados da auditoria que está a ser feita ao Novo Banco fossem conhecidos.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro explicou que não foi informado pelo Ministério das Finanças do pagamento de 850 milhões de euros, tendo pedido desculpa ao Bloco de Esquerda pela informação errada transmitida durante o debate quinzenal.
O ministro das Finanças admitiu na terça-feira, em entrevista à TSF, uma falha de comunicação entre o seu gabinete e o do primeiro-ministro quanto à injeção de capital no Novo Banco, mas "não uma falha financeira", que seria desastrosa.
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