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CDS-PP quer incentivos que evitem despovoamento da costa norte da Madeira

Cabeça de lista do partido às eleições regionais salienta que "o turismo da Madeira vive sobretudo das paisagens do norte".

17 de março de 2025 às 14:03

A candidatura do CDS-PP às eleições de domingo na Madeira dedicou, esta segunda-feira, o dia à costa norte da ilha para alertar para o despovoamento e defender medidas que ajudem a travar este fenómeno.

"A cada 10 anos, o norte da Madeira perde 10% da população e nós temos de travar este despovoamento através de políticas públicas", salientou o cabeça de lista do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, em declarações aos jornalistas, no município de São Vicente.

Os centristas tinham previsto deslocar-se, esta segunda-feira, ao Porto Santo, mas a viagem acabou por ser cancelada devido ao mau tempo. A candidatura esteve no concelho de São Vicente, mas não foi possível ficar na marginal, como inicialmente previsto, devido ao vento e à chuva que se fazia sentir.

Em declarações junto à igreja de São Vicente, o candidato centrista, atualmente presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, propôs a criação de um regime fiscal próprio para os concelhos de Santana, São Vicente e Porto Moniz, na costa norte, a majoração de fundos comunitários nos apoios às empresas e uma taxa de IRS menor para quem trabalha naqueles municípios.

José Manuel Rodrigues defendeu também políticas públicas "que atraiam a estes concelhos emigrantes destes municípios que foram obrigados a emigrar para o estrangeiro e que podem rejuvenescer a população do norte da Madeira".

A descentralização de serviços públicos que atualmente estão sediados no Funchal foi outra das propostas apresentada pelo CDS-PP, de forma a criar emprego qualificado naquelas zonas e a dinamizar as economias locais.

José Manuel Rodrigues salientou, por outro lado, que "o turismo da Madeira vive sobretudo das paisagens do norte", considerando necessário retê-lo, criando mais riqueza e emprego.

"É necessário fazer uma grande aposta no sentido de sensibilizar os investidores hoteleiros a descentralizar para o norte os seus empreendimentos", apontou o também presidente do CDS-PP/Madeira.

O cabeça de lista admitiu estar "preocupadíssimo" com a abstenção, referindo que as pessoas "estão zangadas com os políticos".

"Eu próprio estou zangado porque o CDS foi o único que teve sentido de responsabilidade e não queria esta crise política e eu temo que isso possa refletir-se no facto de as pessoas se absterem nas eleições", disse.

José Manuel Rodrigues garantiu ainda que está disponível para "saber interpretar o resultado" das eleições de domingo e que falará com todos, mas "só fará acordos que não firam os seus princípios ideológicos".

As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

Após as eleições do ano passado, também antecipadas, o PSD fez um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta.

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