João Oliveira menciona que regionalização nunca foi mais do que "um conjunto de promessas vazias" para o PS e o PSD.
O dirigente comunista João Oliveira considerou, este domingo, que PS e PSD são conquistados por um "súbito apego à regionalização" sempre que há eleições legislativas, apesar de serem os responsáveis pelos impedimentos à sua concretização.
Aljustrel, no distrito de Beja, foi o município escolhido para o arranque da campanha eleitoral da CDU e João Oliveira começou com um cafezinho no Café Aliança.
Entre bicas e 'cimbalinos', o dirigente comunista disse que, para os socialistas e os sociais-democratas, a regionalização nunca foi mais do que um conjunto de promessas vazias.
"Quer o PS, quer o PSD, quando se aproximam as eleições, são tomados por um súbito apego à regionalização. Naturalmente, sendo falso esse apego, rapidamente é esquecido. Feitas as promessas, colhidos os votos, lá ficou a promessa para trás e esquecida no tempo", sustentou.
E quando PS e PSD se debruçam sobre a regionalização, prosseguiu João Oliveira, criam "falsas soluções de descentralização", que não significam mais do que "a transferência de encargos para as autarquias e a desresponsabilização do Estado, com prejuízos diretos para as populações".
E sem largar a regionalização, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP falou sobre a governabilidade no pós-eleições e a solução apresentada pelo secretário-geral do PS, António Costa, de governar "à Guterres".
"Foi precisamente durante a governação 'à Guterres' que passou a estar inscrita na Constituição [em 08 de novembro de 1998] a obrigatoriedade de realização de um referendo, por imposição do PSD, e com obstáculo à regionalização", apontou.
João Oliveira criticou que o PS recue no tempo para governar no futuro: "Se a referência que António Costa faz para o futuro do país é o regresso a essa governação 'à Guterres', que só significou atrasos, resistências e obstáculos (...), então estamos bem assim, muito obrigado! Não precisamos de governações 'à Guterres'".
Durante um discurso de quase 30 minutos, o também líder parlamentar do PCP alegou que PS e PSD são duas faces da mesma moeda, já que nas questões essenciais como esta "unem" os dois partidos, "por mais que se esforcem para exibir diferenças, como ensaiaram de resto, há uns tempos, no debate que fizeram".
Ladeado por João Dias, o cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Beja, João Oliveira disse que a intervenção da CDU no distrito é a prova de que é "a locomotiva do Alentejo".
Já PS e PSD acordam tarde para os problemas, ou como dizem os alentejanos "quando se descobrem as coisas já são sopas depois do almoço", disse o dirigente comunista.
Exemplo disso são os casos reportados recentemente de exploração de migrantes em explorações agrícolas em Odemira, problema para o qual a CDU há muito tinha alertado, garantiu João Oliveira.
No arranque da campanha oficial para as legislativas de 30 de janeiro fez "particular sentido" falar sobre regionalização em Aljustrel, já que Beja "foi a única região do país onde em 1998, no referendo à regionalização, o 'sim' venceu nas duas perguntas: sim à regionalização e sim à região Alentejo".
Os dirigentes comunistas João Ferreira e João Oliveira estão a substituir provisoriamente o secretário-geral do PCP na campanha para as eleições legislativas, enquanto Jerónimo de Sousa recupera de uma operação de urgência à carótida interna esquerda a que foi submetido na quinta-feira.
Nas legislativas de 2019, a Coligação Democrática Unitária (CDU) - que integra o PCP, o PEV e a Associação Intervenção Democrática - elegeu 12 deputados (dez do PCP e dois do PEV) e obteve 6,33% dos votos, ou seja, 332.473 votos (de um total de 5.251.064 votantes), menos 113.507 do que em 2015, de acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI).
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