A audição do Ministro das Finanças foi pedida pelo PCP.
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O ministro das Finanças é esta quarta-feira ouvido no parlamento sobre a CGD, após ter sido conhecida uma auditoria da EY relativa a 15 anos sobre concessões de créditos mal fundamentadas e que acarretaram milhões de euros de prejuízos.
A audição desta quarta-feira de Mário Centeno foi pedida pelo PCP.
Na semana passada, foi conhecida uma versão preliminar da auditoria da EY, datada de dezembro de 2017 e divulgada por Joana Amaral Dias, em que são apontados problemas de concessão de créditos mal fundamentada, atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e ineficiências na gestão de risco.
A auditoria avaliou sete operações de concessão de crédito com risco grave ou elevado e, só nestas, estimou perdas de mais de 1000 milhões de euros, entre as quais as operações de financiamento da fábrica da La Seda, em Sines.
Outra está relacionada com a compra de ações da Cimpor pela Investifino (de Manuel Fino), que deu ações do BCP e da Cimpor como garantia à Caixa Geral de Depósitos (CGD). Com a desvalorização destas ações, o negócio não foi bom para o banco do Estado, segundo a EY, tendo havido necessidade de "reestruturar a dívida".
A EY indicou ainda que várias operações de concessão de crédito foram concedidas sem uma análise de risco aprofundada, incluindo "operações aprovadas com parecer de risco desfavorável ou condicionado" pela Direção de Gestão de Risco do banco.
O documento revelou também que administradores da CGD receberam "remuneração variável" e "voto de confiança", mesmo em anos com resultados negativos.
A consultora refere que "o volume de imparidades da CGD evoluiu de 46,9% em 2013 para 58,1% em 2015" no setor da construção e imobiliário. Os restantes bancos todos apresentaram a situação inversa, reduzindo as imparidades na concessão de crédito às empresas deste segmento.
Dos gestores referidos nesta versão da auditoria cujas decisões originaram perdas, há pelo menos 17 que continuam ligados à banca e mesmo à CGD.
Neste caso destacam-se Maria João Carioca, que é vogal do Conselho de Administração liderado por Rui Vilar e da Comissão Executiva, de Paulo Macedo, e Francisco Bandeira, responsável de participadas do grupo.
Vários dos anteriores executivos da CGD transitaram também para outros bancos. Vitor Manuel Lopes Fernandes é vogal do Novo Banco, assim como Jorge Telmo Maria Freire Cardoso.
Tomás Correia, que recentemente venceu as eleições para continuar à frente dos destinos da Associação Mutualista Montepio (detém o banco Montepio), foi também administrador da CGD entre 2000 e 2002.
Álvaro Nascimento, que foi presidente do Conselho de Administração da CGD (2013-2016), chegou a ser apontado para presidente do Conselho de Administração da Caixa Económica Montepio Geral.
António Manuel da Silva Vila Cova, que era vogal da CGD, é presidente não-executivo do Banco Finantia. José Fernando Maia de Araújo e Silva é administrador executivo do Eurobic e responsável pela área de risco na instituição.
No BCP destaca-se João Nuno Palma, que era vogal da CGD e é atualmente administrador deste banco, e o ex-vogal da Caixa Pedro Rebelo de Sousa, que é presidente da mesa da assembleia-geral.
O Banco de Portugal conta também com vários destes administradores, começando pelo governador da instituição, Carlos Costa, que foi vogal do Conselho de Administração da CGD entre 2004 e 2006.
Ana Cristina de Sousa Leal, diretora do Departamento de Estabilidade Financeira do BdP, foi também administradora da Caixa, responsável pela área de risco. José de Matos, que foi presidente executivo da CGD, gere os fundos de pensões do Banco de Portugal, desde 2017.
A Associação Portuguesa de Bancos (APB) tem como presidente Faria de Oliveira, que foi presidente da CGD. Norberto Rosa é também secretário-geral da APB, tendo estado na calha para a administração do BCP.
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