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Chega alerta na AM Lisboa para "estado preocupante" da Ponte 25 de Abril mas não apresenta dados concretos

Bruno Mascarenhas considerou importante "alertar as autoridades".

16 de setembro de 2025 às 22:29

O deputado municipal do Chega e candidato à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas, Bruno Mascarenhas, disse esta terça-feira que a Ponte 25 de Abril está "num estado preocupante em termos de sustentação", tendo PSD e IL exigido "elementos concretos".

"Esta ponte - chame-se Salazar, 25 de Abril, ponte sobre o Tejo - está num estado preocupante em termos da sua sustentação. Nós temos qualquer dia de mandar parar esta ponte para uma reparação e acho que é importante que a Infraestruturas de Portugal tenha em consideração o estado em que a ponte se encontra [...]. Acho que devemos alertar as autoridades sobre o estado em que a ponte se encontra", afirmou Bruno Mascarenhas, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa.

Essa intervenção ocorreu no âmbito da discussão de um voto de saudação do Chega à "ponte sobre o Tejo / Ponte Salazar", que motivou críticas uma vez que o atual nome desta infraestrutura é Ponte 25 de Abril, tendo o documento sido rejeitado com os votos contra de BE, Livre, PEV, PCP, dois deputados dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), PS, PSD, IL, Aliança e CDS-PP, a abstenção de MPT e os votos a favor do Chega e da deputada Margarida Penedo (ex-filiada do CDS-PP).

Bruno Mascarenhas disse ainda que está na altura de ter uma nova travessia sobre o rio Tejo, apontando como possibilidade a ligação entre Algés e Trafaria, "precisamente para dar algum descanso" à Ponte 25 de Abril, considerando que esta infraestrutura com mais de meio século, inaugurada em agosto de 1966, já não responde às atuais necessidades.

Face a esta intervenção, Francisco Domingues, do PSD, exigiu ao deputado do Chega "elementos concretos" que possam sustentar os argumentos sobre a segurança da ponte, considerando que a preocupação manifestada "é alarmante".

"Se a ponte não é segura, acho que deve divulgar para bem de toda a população", insistiu o social-democrata.

Nesse mesmo sentido, a deputada da IL Angélique da Teresa disse que, se Bruno Mascarenhas não fizer chegar a informação que dispõe ao grupo do Chega na Assembleia da República, irá apresentar um requerimento para "uma reunião de emergência para aferir o que está a acontecer na Ponte 25 de Abril".

"Não posso crer que o senhor deputado tenha informação privilegiada e que não faça chegar aos seus colegas na Assembleia da República", indicou a eleita da IL, considerando que o alerta que fez "é de uma gravidade atroz".

Em resposta, Bruno Mascarenhas tentou esclareceu: "Nós sabemos que a ponte está numa saturação muito grande e é isso que temos de ter em consideração. Eu não disse que a ponte ia cair. Eu não disse que a ponte estava em risco. Eu disse que há uma saturação muito grande, [...] há um desgaste muito grande desta ponte."

O deputado do Chega reforçou a necessidade de "criar uma nova infraestrutura" e defendeu que o Governo tem de perguntar à Infraestruturas de Portugal sobre o estado em que está a Ponte 25 de Abril, pedindo uma avaliação criteriosa.

"Se atestarem que está tudo bem, ficamos todos sossegados, ficamos todos tranquilos", acrescentou, referindo que "prevenir é melhor do que remediar".

Mesmo após essa resposta, o deputado do PSD Américo Vitorino acusou Bruno Mascarenhas de "lançar o medo", colocando dúvidas sobre uma ponte que é utilizada todos os dias por milhares de pessoas, inclusive após o que aconteceu com o elevador da Glória: "É muito censurável e não é digno desta Assembleia Municipal, muito menos de um candidato à Câmara Municipal de Lisboa [nas eleições de 12 de outubro]."

Martim Borges de Freitas, do CDS-PP, pediu à presidente da assembleia que fizesse um requerimento ao grupo do Chega para que apresente as justificações para o que disse.

Sobre o voto de saudação, Ofélia Janeiro, do Livre, considerou que o Chega está a "tentar ressuscitar o ditador e apagar o significado de Abril", interpretação também feita por Angélique da Teresa, da IL, tendo ambas repudiado essa pretensão.

"Não queremos de forma alguma ressuscitar a Ponte de Salazar", afirmou Bruno Mascarenhas.

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