João Oliveira apontou o dedo aos EUA que qualificou como sendo os "verdadeiros interessados numa nova guerra na Europa".
A classe política portuguesa, com a exceção do PCP, condenou hoje a ofensiva militar russa contra a Ucrânia, apelando à imposição de sanções e equacionando a mobilização de militares portugueses no quadro da NATO como forma de dissuasão.
Depois do lançamento da ofensiva militar russa contra a Ucrânia, durante a madrugada de quinta-feira, o Presidente da República convocou uma reunião urgente do Conselho Superior de Defesa Nacional e, da parte da tarde, chamou a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, ao Palácio de Belém.
À saída da reunião com a diplomata ucraniana, Marcelo Rebelo de Sousa fez uma "condenação veemente da Federação Russa" pela "violação ostensiva e flagrante do direito internacional" e realçou o apoio unânime dos membros do Conselho Superior de Defesa Nacional a uma eventual participação "muito significativa" de meios militares portugueses em missões da NATO "numa função de dissuasão".
Também o primeiro-ministro condenou a ofensiva russa, considerando que a reação de Portugal e dos seus aliados deve passar por uma "resposta militar de dissuasão para evitar a escalada deste conflito e a sua expansão aos países membros da NATO".
No entanto, António Costa ressalvou que a "última coisa que se deseja" é um corte de relações diplomáticas com o regime de Moscovo, indicando que "a grande resposta" à crise "deve ser mesmo a solução diplomática e não da confrontação".
No arranque de um debate na Comissão Permanente dedicada ao conflito na Ucrânia -- que contou com a participação do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva --, o presidente da Assembleia da República qualificou a ofensiva russa como "o maior ataque à paz e à estabilidade na Europa em décadas".
Durante o debate em questão, todos os partidos com assento parlamentar, com a exceção do PCP, condenaram a ofensiva militar russa, defendendo que o tema não deve ser fonte de divisões partidárias, mas de consenso nacional.
No discurso de início, Santos Silva foi aplaudido pelas bancadas do PS e do PSD, depois de ter dito que o Governo condena "sem ses, nem mas", a "invasão militar russa".
Pelo PS, a líder da bancada parlamentar, Ana Catarina Mendes, defendeu que a ofensiva russa "é um evidente ataque aos direitos humanos, à liberdade do povo ucraniano, aos princípios da ordem e da paz mundial".
"É mesmo um ataque à democracia e a todos os democratas", afirmou, acrescentando: "Hoje somos todos ucranianos".
O líder do PSD, Rui Rio, defendeu que Portugal deve "assumir integralmente os seus compromissos e a sua responsabilidade" como membro fundador da NATO, "seja no plano militar, económico ou diplomático", sob pena de estar "a ignorar o perigo" de um "futuro bem mais sombrio".
Pelo BE, o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, considerou que "a invasão da Ucrânia pela Rússia é inaceitável", apelando a um cessar-fogo imediato e a "sanções fortes" contra a oligarquia russa, mas considerando que mais presença da NATO na região "apenas escala o conflito".
O líder da bancada parlamentar do PCP, João Oliveira, considerou que a "guerra não é solução", mas apontou o dedo aos Estados Unidos da América, que qualificou como sendo os "verdadeiros interessados numa nova guerra na Europa", estando "dispostos a sacrificar até ao último ucraniano ou europeu para a promover".
Já o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, considerou que as declarações de Vladimir Putin, ao refletirem "a posição da Rússia como país capitalista, desferem um ataque à União Soviética e à notável solução que esta encontrou para a questão das nacionalidades e o respeito pelos povos e pelas suas culturas".
O CDS-PP considerou, em comunicado, que a ofensiva russa é um "ataque infame" e uma "violação grosseira do direito internacional", defendendo uma "solução efetiva, rápida e consequente para acabar com o conflito".
Em declarações à Lusa, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, também repudiou "fortemente aquilo que tem sido a ofensiva russa", pedindo "todos os esforços" da comunidade internacional para o restabelecimento da paz.
Pela voz de João Cotrim de Figueiredo, a Iniciativa Liberal considerou que é necessário passar "das palavras à ação", pedindo uma resposta humanitária, a imposição de sanções, "mesmo que tal tenha custos económicos para Portugal", e o reforço da "dissuasão militar, incluindo a participação de Portugal na força de reação rápida da NATO".
Já o Chega, através de André Ventura, pediu que Portugal faça "todos os esforços, quer do ponto de vista militar, quer do ponto de vista da aplicação de sanções económicas, políticas e diplomáticas, não só ao país Rússia, como aos seus principais dirigentes".
Em comunicado, o Livre considerou que "a invasão da Ucrânia pela Rússia é, à luz do direito internacional, ilegítima, ilegal e agrava brutalmente a crise que a Europa vive", defendendo que "a União Europeia e Portugal tudo devem fazer perante o desastre humanitário que se adivinha".
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