Foco da coligação é a "emergência da habitação", "caos da mobilidade" e "desleixo dos espaços" públicos.
Coligação PS, Livre, BE e PAN oficializou hoje candidatura a Lisboa. Alexandra Leitão é cabeça de lista
A coligação Viver Lisboa, que junta PS, Livre, Bloco e PAN, entregou, esta segunda-feira, a candidatura à Câmara de Lisboa para as próximas autárquicas, com foco na "emergência da habitação", no "caos da mobilidade" e "desleixo dos espaços" públicos.
A candidatura foi entregue no Tribunal Cível de Lisboa depois das 11h30, com a cabeça de lista, Alexandra Leitão, rodeada pelos restantes candidatos e pelo mandatário, o histórico socialista António Vitorino.
Segundo Alexandra Leitão, a candidatura "é uma coligação ampla" para melhorar a cidade, "com soluções práticas rápidas", nomeadamente para fazer face "à emergência da habitação", ao "caos da mobilidade, à degradação e ao desleixo de vários espaços comuns, de vários espaços coletivos, jardins, parques, à sujidade, ao descalçamento dos passeios e sobretudo dos buracos nas ruas", além da falta de iluminação.
"O que nos traz aqui e o que nos une é ter uma visão estratégica para a cidade e resolver os problemas das pessoas e é isso que aqui estamos a fazer hoje", disse.
Alexandra Leitão destacou ainda que a candidatura "quer unir todos aqueles que têm em comum uma ideia de progressismo, de humanismo, e também, sobretudo, uma ideia de melhorar a cidade".
No dia em que foi conhecido que o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, escreveu uma carta ao primeiro-ministro com propostas sobre a habitação, a candidata socialista a Lisboa considerou que "a situação da habitação é tão grave, tão grave, tão grave, que tem que envolver todos: o Estado, o poder central, as autarquias, as cooperativas, os privados, as pessoas em geral".
"Todos somos poucos para resolver o problema a que chegou a situação da habitação, no país inteiro, mas sobretudo na cidade de Lisboa, e portanto, obviamente que me revejo numa maior participação das autarquias", afirmou.
A candidata salientou que "é preciso construir mais" habitação pública, mas, como essa construção demora, será necessário cadastrar e requalificar os fogos devolutos, "porque são soluções mais rápidas".
Comprometeu-se também a requalificar os bairros municipais, onde há "idosos sequestrados em casas no 7º e no 8º andar" por terem os elevadores estragados, o que é possível de resolver em quatro anos, e defendeu restrições ao alojamento local, pois "quanto mais arrendamento de pouca duração houver, menos arrendamento de permanência".
Alexandra Leitão considerou ainda que, quatro anos após ter sido inaugurado, a situação de abandono a que chegou o Parque Urbano Gonçalo Ribeiro Telles, junto à Praça de Espanha, é "um bom mau exemplo" do desleixo a que chegou a cidade, com um "parque lindíssimo, arquitetonicamente muito bem construído, e que, porque os quiosques não são concessionados, porque a via pedonal não foi feita, está hoje quase ao abandono".
Relativamente à escolha de António Vitorino para mandatário da candidatura, Alexandra Leitão salientou que é "uma pessoa conhecidíssima, que teve vários cargos institucionais importantes" em Portugal, nomeadamente juiz do Tribunal Constitucional, ministro, e funções internacionais como diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A candidata realçou, por outro lado, a recente decisão do Tribunal Constitucional de chumbar algumas normas do diploma do Governo sobre a imigração, considerando que "é de uma grande importância".
"É uma defesa da Constituição e da continuidade das leis, e, portanto, num Estado de Direito é assim que funciona. Só posso ficar satisfeita por o Estado de Direito ter funcionado e esperar que assim continue a funcionar como a Constituição determina", disse.
A cabeça de lista a Lisboa salientou também que, embora caiba às autarquias "atuar sobre essa matéria", a imigração "é uma questão sobretudo que releva de legislação e, portanto, de matéria de âmbito nacional".
O mandatário António Vitorino, "lisboeta dos sete costados e um eterno apaixonado por Lisboa", destacou que "um dos grandes desafios dos fluxos migratórios é a integração dos imigrantes", com os autarcas a desempenhar "um papel particularmente relevante em encontrar soluções", embora ressalvando que ainda não leu o acórdão do Tribunal Constitucional.
"A integração é bem-sucedida ou mal sucedida se houver uma relação de proximidade. E os responsáveis da linha da frente são os autarcas", disse, considerando que apesar de todos concordarem que "as migrações têm que ser reguladas", em "sociedades envelhecidas e com carências de mão-de-obra vai ser necessário encontrar o justo ponto de equilíbrio entre as necessidades do mercado de trabalho e a capacidade de acolhimento dos países do destino".
No atual mandato (2021-2025), a Câmara Municipal de Lisboa é presidida pelo social-democrata Carlos Moedas, que governa sem maioria absoluta, eleito pela coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança.
A coligação de direita tem sete eleitos, o mesmo número do que a lista "Mais Lisboa" (PS/Livre), enquanto a CDU (PCP/PEV) tem dois e o BE um.
Para as eleições autárquicas de 12 de outubro foram já anunciadas as candidaturas à presidência da Câmara de Lisboa de Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU), Ossanda Líber (Nova Direita), Bruno Mascarenhas (Chega), José Almeida (Volt) e Adelaide Ferreira (ADN).
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