O parecer solicitado por António Costa à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre casos de contratos de familiares de governantes foi feito com caráter de urgência.
A informação foi confirmada ao
CM pelo gabinete de Lucília Gago.
Em termos práticos, este "caráter de urgência" significa que o parecer terá de ser relatado "no mais curto prazo possível", conforme dita o regimento do Conselho Consultivo da PGR, no qual se sublinha que estes pareceres "têm prioridade sobre os demais não urgentes".
Caso o primeiro -ministro não especificasse este caráter de urgência, o Conselho Consultivo teria 60 dias a contar da sua distribuição. O que significava que o parecer seria conhecido em cima das Legislativas de 0 de outubro.
Independentemente das conclusões, certo é que o parecer poucos estragos fará.
"Dá uma opinião jurídica abalizada que vincula a administração pública e não os tribunais. Não tem força de lei", explica o jurista Rui Pereira. Além disso, este parecer terá por base a atual lei das incompatibilidades, sendo que a nova, publicada agora em Diário da República, entrará em vigor no arranque da próxima legislatura.
Ou seja, alerta o penalista: "Ninguém vai ser demitido retroativamente".
Governo e PS têm posições distintas sobre lei em vigor O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, insistiu oesta quinta-feira que "seria absurdo" fazer uma interpretação literal da lei das incompatibilidades e esclareceu que esta é a posição do primeiro-ministro.
No entanto, esta quinta-feira, o deputado Porfírio Silva assinalou que o PS está "no plano daqueles que querem que a lei seja cumprida", mesmo que isso implique demissões: "Não fazemos nenhuma restrição".