"Neste momento há inclusivamente incapacidade de gerar receita suficiente para pagar salários e obrigações fiscais", disse Nuno Melo.
O ministro da Defesa Nacional afirmou esta terça-feira que recebeu o Arsenal do Alfeite "tecnicamente falido" e que contraiu empréstimos de cerca de dois milhões de euros para pagar salários e cumprir obrigações fiscais.
"Recebemos um Arsenal do Alfeite tecnicamente falido, com inúmeros navios retidos muito acima do prazo previsto para a sua manutenção, causando um dano grande para o cumprir de missões, para a eficácia da Marinha Portuguesa mas a que teremos de dar resposta", anunciou o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, que está a ser ouvido no parlamento numa audição regimental.
De acordo com o centrista Nuno Melo, "alguma coisa tem que ser feita porque neste momento há inclusivamente incapacidade de gerar receita suficiente para pagar salários e obrigações fiscais".
"Eu acabei de chegar ao ministério e a primeira medida tivemos que tomar foi viabilizar, deferir, pedir, um empréstimo de um milhão e quatrocentos mil euros para pagar salários e obrigações fiscais. Há uma semana tivemos que deferir um outro de 936 mil euros. Nenhum arsenal sobrevive nestas condições", alertou.
O governante afirmou que o equipamento no Alfeite "é obsoleto, inapropriado para a Marinha do presente".
Segundo Nuno Melo, o rácio entre operários e administrativos é de "um administrativo para um operário", salientando que o Alfeite precisa de profissionais qualificados.
O ministro também alertou que os prazos para a finalização de trabalhos não estão a ser cumpridos, dando como exemplo o submarino Tridente que tem 30 anos de vida e vai ficar "três anos parado num estaleiro", considerando que esta é uma "situação gravíssima".
Mais tarde na audição, Nuno Melo disse ter pedido que lhe seja apresentado, no prazo de 30 dias, um conjunto de "possibilidades de saneamento da situação trágica financeira atual do Arsenal do Alfeite e propostas quanto a possíveis medidas que tenham em vista um outro modelo que garanta à Marinha portuguesa o que a Marinha necessita".
O deputado do PCP António Filipe manifestou preocupação com a situação atual desta empresa, culpando a falta de investimento nos últimos anos, e questionou o ministro sobre se não acharia melhor que o Arsenal voltasse à Marinha, depois de em 2015 ter sido privatizada, mas Melo não respondeu.
O Arsenal do Alfeite já atravessou, no passado, graves problemas financeiros que se chegaram a traduzir em atrasos de salários e até do subsídio de Natal em 2020 aos mais de 400 trabalhadores que constituem esta empresa, responsável pela reparação e manutenção dos navios da Marinha portuguesa.
No ano passado, o presidente do conselho de administração do Arsenal do Alfeite, José Luís Serra, alertou que a empresa tinha instalações e equipamentos com muitos anos, alguns com problemas funcionais e de segurança, realçando, contudo, que em 2022, após seis anos consecutivos de prejuízos, o arsenal fechou o ano com resultados líquidos positivos.
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