Momento surge depois de uma semana em que protagonizou um intenso debate orçamental com a proposta de redução do IVA da luz.
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O 38.º Congresso do PSD arrancou esta sexta-feira à noite com o discurso do presidente reeleito Rui Rio.
Rui Rio começou o seu discurso de arranque do 38.º Congresso do PSD com 58 minutos de atraso. Depois de cantar os parabéns ao secretário-geral José Silvano, o líder social-democrata recordou a "história de 46 anos de que nos devemos e podemos orgulhar".
Ao longo do seu discurso, o atual presidente do partido enalteceu vários aspetos positivos do PSD e realçou que o mesmo é "o partido das autonomias". Prova disso, justifica Rui Rio, é "a recente vitória na Madeira".
"Cometemos erros e tivemos falhas ao longo de todo este tempo. No balanço temos vários motivos de orgulho pelo trabalho realizado", afirmou. "Portugal precisa do PSD. Seja na oposição ou no Governo. É nossa obrigação lutar por um partido mais moderno, mais capaz, mais unido, comprometido com a resolução dos reais problemas dos portugueses."
Rio sublinhou as eleições autárquicas de 2021 como o próximo objetivo do PSD: "Mais que o número de deputados, é o número de autarcas eleitos que mede a verdadeira força de um partido na sociedade. São os que asseguram grandeza e sustentabilidade do nosso partido."
"Foi a administração central que na sua irresponsabilidade e incompetência endividou Portugal muito para lá dos limites inaceitáveis", sublinhou Rio. Não foram as autarquias, "mas o centralismo do Terreiro do Paço e as diretrizes dali emanadas que levaram ao nosso endividamento".
"Sempre que houver aproveitamento abusivo de meios públicos autárquicos para fins de natureza pessoal ou partidária ou de utilização da autarquia como empregador de clientelas partidárias, esses casos, têm que merecer o nosso inteiro repúdio e uma atenção especial do próprio Ministério Público", defendeu o presidente do PSD, sendo aplaudido.
"Temos, em 2021, de recuperar o terreno perdido em 2013 e em 2017. Recuperar presidências de câmara, mas também vereadores e eleitos de freguesia", apontou. "Mas antes do sufrágio autárquico, teremos eleições regionais nos Açores", onde o PS predomina há 24 anos. "O desenvolvimento da Região Autónoma foi estagnando ao mesmo ritmo que a penetração do PS na administração pública açoriana se foi alargando."
Rio demonstrou ainda a preocupação com os sistemas políticos fragmentados e com o aparecimento de novos partidos de perfil extremista e de contestação ao sistema: "Portugal não está de forma nenhuma imune ao que tem vindo a acontecer na Europa. Há no nosso sistema partidário os mesmos sinais de degradação e o mesmo tipo de problemas."
Para o líder do PSD, é necessário "ultrapassar os pequenos e médios interesses pessoais que, hoje, tantas vezes dominam a vida partidária interna": "Podemos, até, ganhar eleições, mas tal não significa necessariamente que se tenha ganho o País. Ganhar os portugueses é conquistar o seu respeito e a sua confiança e não conseguir o seu voto. Um partido não pode ser uma agência de empregos políticos, em que as suas estruturas se movimentam em função dos lugares que os seus dirigentes pretendem alcançar."
Este discurso acontece depois de uma semana em que protagonizou um intenso debate orçamental com a proposta de redução do IVA da luz.
A proposta do PSD de reduzir o IVA da eletricidade para as famílias de 23 para 6% acabou retirada e as do PCP e BE 'chumbadas', num processo que terminou com fortes críticas do Governo e do PS a Rui Rio e do presidente do PSD aos comunistas, mas também ao antigo parceiro de coligação CDS-PP, responsabilizando estas duas bancadas pelo resultado das votações.
Esta reunião magna acontece três semanas depois das eleições diretas muito disputadas e que levaram o PSD a uma inédita segunda volta.
Rui Rio foi reeleito para um segundo mandato à frente do PSD em 18 de janeiro com 53,2% dos votos, contra 46,8% de Luís Montenegro, depois de, na primeira volta, ter falhado por pouco a necessária maioria absoluta dos votos expressos, com 49%. Pelo caminho, ficou o terceiro candidato, o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, que conseguiu 9,5% dos votos.
Rio já disse esperar "um congresso tranquilo", mas frisando que tal não significa ausência de críticas, até para "dar vivacidade" à reunião.
Em Viana do Castelo, serão também apresentadas entre a noite desta sexta-feira e a manhã de sábado 13 moções setoriais ao Congresso, com temas como a introdução de primárias no PSD, a eutanásia ou a Segurança Social.
Como novidade na organização, os congressistas poderão registar-se automaticamente em 'tablets' disponibilizados no recinto, através de um "QR Code" (código de barras) recebido no seu telemóvel, semelhante aos dos bilhetes de avião.
Partido "não pode ser uma agência de empregos políticos"
No seu discurso de arranque no 38.º Congresso do PSD, Rui Rio voltou a alertar para os "sinais de degradação" que considera existirem no sistema partidário, apontando que Portugal não está imune a fenómenos que já aconteceram noutros países europeus.
"Um partido não pode ser uma agência de empregos políticos, em que as suas estruturas se movimentam em função dos lugares que os seus dirigentes alcançar. Os diferentes posicionamentos dentro de um partido têm de ser ditados por genuínas diferenças de opinião e não divergências fabricadas, que apenas pretendem combater quem não nos deu o lugar que a ambição reclamava", avisou.
Para o líder do PSD, o caminho passará pela dinamização do Conselho Estratégico Nacional (CEN) - órgão que revitalizou no primeiro mandato - em todo o território nacional.
"O CEN terá de ser o embrião do contrato de confiança que o PSD, em tempo próprio, terá de estar capaz de assinar com os portugueses", defendeu.
Para Rio, será "com a elevação intelectual da atividade partidária" que o PSD conseguirá conquistar os portugueses.
"Não é com a discussão de lugares, nem com permanentes atitudes de guerrilha na comunicação social. Essas apenas nos diminuem, nunca nos engrandecem", considerou.
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