page view

Estado já pagou ao superespião

Ex-diretor do SIED no banco dos réus.

10 de setembro de 2015 às 01:20

O ex-espião Jorge Silva Carvalho já recebeu do Estado a indemnização de 100 mil euros. O montante é a soma dos salários desde que terminou a licença sem vencimento (2012) até fevereiro do ano passado, quando foi contratado pela empresa de segurança privada 2045.

"O Estado já me pagou tudo o que tinha a pagar em julho e de uma só vez", confirmou ao CM o ex-diretor dos Serviços de Informações Estratégicas de Defesa (SIED). Silva Carvalho adiantou que não vai ser reintegrado nos serviços do Estado, dado que pediu nova licença sem vencimento, e o pedido foi concedido em julho.

O superespião senta-se esta quinta-feira no banco dos réus. É o principal arguido no chamado ‘caso das secretas’, onde é acusado de violação do segredo de Estado, corrupção e abuso de poder. "Estou calmo e contente por finalmente começar. Já lá vão três anos e quatro meses desde a acusação", referiu Silva Carvalho. O empresário Nuno Vasconcellos, um dos donos da Ongoing - empresa para a qual o superespião foi trabalhar depois de sair das secretas - é outro dos arguidos. O ex-chefe do departamento operacional do Serviço de Informações de Segurança (SIS), João Luís, e o espião Nuno Dias e a sua companheira, Gisela Teixeira, estão indiciados pelo acesso ilegal à faturação telefónica detalhada do jornalista Nuno Simas.

Arguidos em silêncio no início do julgamento

Os arguidos do 'caso das secretas' manifestaram, esta quinta-feira, ao tribunal a vontade de, para já, não prestarem declarações em julgamento, cujo início ficou marcado pela questão do segredo de Estado.

O ex-espião Jorge Silva Carvalho não quis prestar declarações na primeira audiência do julgamento do chamado ‘caso das secretas’. Também os restantes arguidos, entre eles, o presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos, recusaram falar.

A juíza Rosa Brandão admitiu pedir o levantamento do segredo de Estado em relação a "situações concretas" e vai começar por pedir o manual de procedimentos dos serviços secretos. "Estamos aqui para fazer um julgamento justo", referiu a juíza. O julgamento começou com a ausência da arguida Gisela Teixeira, companheira do arguido Nuno Dias, que pediu para ser julgada sem ir ao tribunal.

O tribunal fez questão de guardar um lugar na assistência para um homem que apenas disse não trabalhar para o Governo e ser "um cidadão preocupado com a justiça".

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8