Socialistas consideram que acordo formal do PS com partidos à esquerda será difícil de obter.
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A geringonça formal, como acordo político que funcionou entre PS, BE e PCP nos últimos quatro anos, corre sérios riscos de não ser renovada para o próximo Governo.
Entre os socialistas, ganha força a ideia de que, depois de o PCP se ter autoexcluído de um acordo, António Costa optará por não assumir compromissos em papel com nenhum partido à esquerda e limitará o apoio da geringonça, agora alargada ao PAN e ao Livre, à negociação de medidas em cada Orçamento.
O acordo do PS com o BE e o PCP nunca incluiu a aprovação dos Orçamentos. Em cada OE, o Governo negociou com o BE e o PCP medidas específicas, para garantir a aprovação.
Na prática, este cenário irá manter-se, com a diferença de que o PS tem agora uma situação política menos dependente dos partidos à esquerda: o PS tem mais deputados do que o PSD e o CDS em conjunto e basta a abstenção do BE ou do PCP para passar toda e qualquer medida proposta pelo Governo.
Esta terça-feira, após ser indigitado como primeiro-ministro pelo Presidente da República, Costa afirmou que "só depois de falar com todos os partidos avaliará se há condições para desenvolver negociações" ou se as posições são de tal forma irredutíveis que não se avançará.
E defendeu novamente a necessidade de um acordo para quatro anos, mas não excluiu o cenário de negociar Orçamento a Orçamento.
"A primeira hipótese seria haver um acordo com todos. Excelente. Depois, acordo só com uma das partes seria bom também. Mas até pode nem haver condições para fazer um acordo com nenhuma das partes", explicou à saída de uma reunião com Marcelo Rebelo de Sousa que durou mais de uma hora, no Palácio de Belém.
Entre os parceiros à esquerda há quem veja no PS pouca vontade para uma negociação efetiva. Costa escolheu como negociadores Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, Carlos César, presidente do PS, e a deputada Maria Antónia Almeida Santos.
Nem Pedro Nuno Santos, que há quatro anos montou a geringonça, nem Duarte Cordeiro, que lhe sucedeu, estarão à mesa da negociação, o que tem gerado desconfiança. Estes dois rostos são vistos por PCP e BE como criadores de maiores pontes de diálogo.
A relação com Ana Catarina Mendes não é má, mas o seu posicionamento no PS é mais ao centro, enquanto Carlos César é recordado como o socialista que mais atacou o BE.
Com Maria António Almeida Santos as relações são boas. O seu peso é questionado, porque foi ela que negociou à esquerda a Lei de Bases da Saúde e depois foi afastada quando o PS voltou atrás.
João Tiago Silveira de olho na Justiça
João Tiago Silveira, coordenador do programa eleitoral do PS e ex-secretário de Estado da Justiça e da Presidência do Conselho de Ministros, é apontado como uma forte hipótese para ministro da Justiça.
Jerónimo adota um discurso menos duro
O líder do PCP saiu esta terça-feira da reunião no Palácio de Belém com um discurso menos duro do que o da noite eleitoral. Jerónimo de Sousa admitiu negociar o apoio aos socialistas caso a caso, mas disse não ver na falta de papel assinado um sinónimo de instabilidade política.
"Não foi esse papel que deteve o desenho do processo legislativo e o exame comum das propostas do Orçamento do Estado", começou por afirmar o secretário-geral comunista, frisando depois que em quatro anos "não houve estabilidade".
E traçou as linhas que separam os dois partidos: "O PS pode promover instabilidade se não resolver os problemas que estão adiados".
Depois, Jerónimo lembrou que o guião que levará para a negociação com os socialistas será o do programa eleitoral, destacando os setores que aguardam por investimento e a necessidade de maior contratação na Saúde.
Bloco disponível para um acordo a quatro anos
A líder do BE manifestou disponibilidade para negociar com o PS "soluções de programa do governo", com "um horizonte de legislatura", defendendo que isso foi decisivo na anterior legislatura.
"O BE já disse que este é o caminho que iremos trabalhar. Se não for possível, naturalmente o PS tem toda a legitimidade para ter um Governo minoritário e negociar os orçamentos como entender", afirmou Catarina Martins à saída de Belém.
Caso de Tancos volta ao debate político
A comissão permanente da Assembleia da República reúne-se esta quarta-feira para um debate político sobre Tancos, a pedido do PSD, que pretendia que a discussão tivesse acontecido na semana passada, antes das eleições legislativas.
Livre quer discutir ações à esquerda
O Livre anunciou esta terça-feira que convidou o BE, o PCP, Os Verdes e o PAN para discutirem propostas, ações e possíveis convergências na próxima legislatura, em que estreará no Parlamento com a deputada Joacine Katar Moreira.
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