"Portugal é dos países mais pacíficos, mais seguros, e mais confiáveis do mundo", diz Santos Silva.
O ministro dos Negócios Estrangeiros sustentou esta quarta-feira no Parlamento que os incêndios na região Centro e o assalto aos Paióis de Tancos não afetaram a imagem externa de Portugal, um dos países "mais pacíficos e mais seguros".
"Asseguro aos senhores e às senhoras deputadas que em nada está beliscada a imagem de Portugal no seu essencial", afirmou Augusto Santos Silva, que esta semana assume as funções de primeiro-ministro em exercício, durante a ausência do país de António Costa, em gozo de férias.
O governante respondia ao CDS e ao PSD, que, durante uma audição na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, afirmaram que estes dois acontecimentos, nas últimas semanas, feriram a imagem externa do país.
"Todos nós aprendemos a ser humildes e cuidadosos. As ameaças do ponto de vista natural e do ponto de vista dos fatores humanos são tantas, hoje, sobre nós todos, que todos sabemos a exposição em que nos encontramos. Sabemos distinguir o acidental do substancial. No substancial, Portugal é dos países mais pacíficos, mais seguros, mais comprometidos com a ordem multilateral e mais confiáveis do mundo de hoje", disse o chefe da diplomacia.
Antes, Santos Silva defendera que quando se fala sobre "Forças Armadas, forças de segurança, proteção civil e diplomacia, a política pública exige outra forma e outra substância, porque são políticas de soberania, nas quais a continuidade e estabilidade das políticas e o respeito e a consolidação das instituições são verdadeiramente os recursos essenciais".
Durante a audição, o deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares considerou que "neste momento, a imagem externa de Portugal junto dos parceiros da União Europeia, da NATO e dos parceiros internacionais, infelizmente, não é boa" e que se "quebrou uma ligação de confiança com as instituições do Estado".
"O Governo tem vindo a fugir às suas responsabilidades, a assumir os seus erros e a tirar qualquer conclusão que sossegue os portugueses e que seja um sinal positivo para os nossos parceiros externos", criticou, afirmando-se "muito perplexo que o Governo esteja mais preocupado em testar a sua popularidade interna do que em assumir as suas responsabilidades".
Também o deputado do PSD Miguel Morgado alertou que "não há dúvida nenhuma que o assalto a Tancos põe em causa a confiabilidade dos aliados em Portugal".
"E não [estão em causa] as instituições das Forças Armadas, que merecem todo o nosso apoio, mas as tutelas políticas, que as controlam", afirmou.
Santos Silva sustentou que, quer quanto aos incêndios quer quanto ao roubo de material de guerra, "ocorreram as consequências políticas que era preciso ocorrer"e "sobretudo estão em curso os processos concretos e práticos que possam responder a essas ocorrências".
Mota Soares criticou o silêncio de António Costa sobre este assunto e lançou um repto ao ministro: "Convença o primeiro-ministro a voltar para Portugal, a dar a cara, a falar. Isso é essencial para devolver confiança aos portugueses e para restaurar a imagem de Portugal que foi, infelizmente, tão sacrificada com estes dois casos que ainda não tiveram consequência do ponto de vista político".
Um repto em que o deputado centrista repetiu durante o debate, mas que não mereceu comentários do governante, que também não respondeu à insistência na demissão dos ministros da Defesa e da Administração Interna, lançados na segunda-feira pela líder centrista, Assunção Cristas.
"O senhor ministro disse que os dois ministros estão à altura do atual Governo. Eu concordo. É uma pena é que este atual Governo não esteja neste momento à altura das circunstâncias do país", comentou Pedro Mota Soares.
Santos Silva defendeu que "é preciso fazer tudo no apuramento dos factos e das responsabilidades, mas nunca pondo em causa as instituições".
A Proteção Civil ou as Forças Armadas, continuou, "têm neste momento de ser acarinhadas e reconhecidas" e "a última coisa de que precisam é de serem envolvidas em jogos de natureza política".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.