No total, houve 18 moções apresentadas e debatidas, e só uma foi chumbada.
A IL aprovou, este sábado, 17 moções setoriais, entre as quais uma que pede um partido mais ativo no combate ao discurso de ódio e na defesa do feminismo e que rejeita as alterações à lei da nacionalidade propostas pelo Governo.
No total, houve 18 moções apresentadas e debatidas, e só uma foi chumbada, que considerava que o partido tem dado "atenção insuficiente" à defesa das liberdades individuais, pedindo que rejeite conceitos como "ideologia de género" ou "movimento 'woke'" e que defenda "todas as minorias, incluindo LGBTQIA+".
Entre as aprovadas, está a moção "contra o ódio, a liberdade!", que pede à IL que seja "tão vocal na defesa das liberdades políticas sociais e individuais como tem sido na defesa da liberdade económica", num contexto de crescimento do discurso e dos crimes de ódio.
Esta moção foi aprovada com 223 votos a favor, 98 contra e 125 abstenções e a sua apresentação coube ao militante Filipe Mendonça que, muito crítico do rumo do partido, avisou que, perante os crimes de ódio, "silêncio é cumplicidade, ausência é desistência, abstenção é conivência" -- numa alusão à abstenção da IL no parlamento num voto de condenação ao ataque à companhia de teatro "A Barraca".
Ainda na temática dos direitos individuais, os militantes presentes na Convenção aprovaram também outra moção, intitulada "Feminismo é liberalismo", defendida no palco por várias e vários militantes do partido, que pediram que a IL dê mais atenção ao tema, numa altura de radicalização dos discursos machistas, em particular entre os jovens.
A moção "Nacionalidade com responsabilidade -- integrar com regras, não adiar com medo", que pede ao partido que rejeite o alargamento do prazo de residência para a obtenção de nacionalidade para os 10 anos, tal como é defendido pelo Governo, também foi aprovada por maioria.
Esta moção foi apoiada por vários membros que subiram ao palco para salientar que o aumento do prazo para os 10 anos iria dificultar a integração dos imigrantes na sociedade portuguesa e poderia tornar crianças apátridas.
O deputado e vice-presidente da Assembleia da República, Rodrigo Saraiva, foi o proponente de uma moção intitulada "A política externa enquanto farol da liberdade", que foi aprovada por ampla maioria, com o deputado a rejeitar uma gestão de "conveniência ou mero protocolo" da diplomacia na apresentação.
"Não basta falar de liberdade em Lisboa se fechamos os olhos ao que se passa em Tbilisi, em Cabul, em Havana, ou em Gaza", declarou.
Rodrigo Saraiva apontou que "muitos dos que hoje dominam o placo internacional, de Moscovo a Pequim, de Teerão a Caracas e Maputo desprezam as liberdades" que se davam por garantidas.
"Não se escondem e não disfarçam. Estão em guerra aberta contra os valores que nos definem: a democracia liberal, os direitos humanos e o estado de direito. E enquanto isso, demasiadas democracias tem respondido com hesitação, com silêncios diplomáticos, com uma espécie de neutralidade envergonhada que na prática é cumplicidade", sustentou.
Rodrigo Saraiva recusou esse caminho, defendendo "uma politica externa centrada no indivíduo e não na conveniência dos regimes, a firme condenação de ditaduras e a solidariedade com os povos que nelas vivem, mesmo quando isso custa desconforto diplomático, um reforço da presença na Nato, na União Europeia e na CPLP, não como figurantes mas como atores com voz, com propostas e com princípios".
Entre as restantes moções aprovadas, está uma iniciativa que defende a implementação do voto eletrónico e outra que preconiza um conjunto de medidas para garantir que a IL se afirma como um "partido autárquico" a tempo das eleições de 2029.
Inicialmente tinham sido submetidas 19 moções setoriais, mas uma das iniciativas, que defendia um "mecenato cultural liberal, transparente e saudável", foi retirada, uma vez que o seu principal primeiro proponente, João Méndez Fernandes, não se pode inscrever nem estar presente na convenção.
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