page view

Jerónimo defende referendo sobre saída da UE e do euro

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu esta quinta-feira um referendo sobre a saída de Portugal da Zona Euro e da União Europeia, sublinhando que as políticas de Bruxelas e a moeda única impedem o desenvolvimento do País.<br/><br/>

06 de dezembro de 2012 às 18:50

Reiterando que a União Europeia, tal como existe neste momento, "não é reformável", Jerónimo de Sousa destacou, em entrevista à Antena Um, que está "claramente desfeito" o "princípio elevado da coesão económica e social, de uma Europa solidária, tendo em conta as orientações neoliberais que determinam as instituições europeias e que há um directório de potências que comanda e não um conjunto de países em coesão".

"Eram proclamações que com certeza influenciaram a opinião de muitos portugueses" sobre a construção europeia, sublinhou, acrescentando a seguir que o País precisa de "um desenvolvimento soberano".

"E neste quadro, se a União Europeia, se as suas instituições e mecanismos, forem impedimento a esse desenvolvimento económico, a esse desenvolvimento soberano, então consideramos que o povo português tem direito a arredar esses obstáculos, esses condicionalismos, designadamente os impostos pelo euro", salientou o líder do PCP, reeleito secretário-geral do partido no congresso comunista do passado fim-de-semana.

Para Jerónimo de Sousa, não se pode "dissociar a questão do euro do processo de integração": "Se esse processo de integração conduzir a uma situação de empobrecimento geral do País, se nos quiserem alienar a soberania, porque já estão a alienar parcelas, obviamente que aquilo que nós colocamos é o povo português ter o direito de decidir inclusive da saída da União Europeia e do euro".

Questionado sobre se essa consulta ao povo português deve ser feita através de um referendo, respondeu: "Designadamente. O povo português nunca foi chamado para se pronunciar sobre instrumentos fundamentais que hoje condicionam a nossa soberania".

Jerónimo de Sousa sublinhou que os problemas do País "não são todos por causa da União Europeia", porque "houve uma política nacional concreta com governos concretos que conduziram o País a esta situação", acrescentando que a "questão primeira e principal" é a de resolver "o problema nacional" e encontrar uma "política diferente".

No congresso do passado fim-de-semana, o deputado do PCP Agostinho Lopes defendeu que um governo "patriótico e de esquerda deve preparar o País para a saída da Zona Euro".

"Há duas ilusões a evitar, a que é possível uma política alternativa com a manutenção do euro e mais federalismo como querem o PS e o Bloco de Esquerda e a ideia de que tudo se resolve com uma saída pura e simples do euro, qualquer que seja a forma como se sai e as condições de saída", advertiu.

Para Agostinho Lopes, um governo "patriótico e de esquerda" deve, no entanto, preparar o País para "a reconfiguração da Zona Euro, nomeadamente a saída da união económica e monetária, por decisão própria ou crise na União Europeia, salvaguardando os interesses de Portugal".

Na abertura do congresso, o próprio Jerónimo de Sousa tinha defendido que os portugueses devem "decidir o seu próprio destino" em relação à União Europeia, que considerou "não ser reformável" e de estar na origem e no aprofundamento da crise, sem nunca chegar a referir-se a um referendo ou ao momento em que essa consulta deveria ser feita.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8