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Joana Amaral Dias, ativista da esquerda à direita com um historial de polémicas

Ex-deputada do BE já concorreu a eleições por outros partidos e candidata-se às europeias pela ADN.

18 de abril de 2024 às 15:48

O percurso político de Joana Amaral Dias conheceu uma nova etapa com o anúncio da candidatura ao Parlamento Europeu pela Alternativa Democrática Nacional (ADN). A ativista política, como se define, já concorreu a eleições por diferentes partidos e coligações, da esquerda à direita.

Deputada do BE entre 2002 e 2005, chegou a ser mandatária da candidatura do socialista Mário Soares às presidenciais de 2006 e desfiliou-se do partido em 2014, por discordar da ausência de alianças à esquerda. Dias mais tarde, discursou numa convenção do PS. Nos anos seguintes, o BE aliou-se efetivamente ao PS e ao PCP, por meio de um acordo de incidência parlamentar. Mas Joana Amaral Dias criticou a descaracterização da esquerda e dos bloquistas com a chamada geringonça, uma "passadeira vermelha para todos os populismos virulentos", escreveu nas redes sociais.

Em plena campanha para as eleições legislativas de 2015, como cabeça de lista da coligação Agir (Partido Trabalhista Português e Movimento Alternativa Socialista), tornou-se a primeira mulher na política a posar nua para revistas. Estava grávida e surgiu na capa da Vidas com a seguinte inscrição na barriga: "É menina! Oxalá seja mulher com liberdade". 

Recebeu duras críticas e respondeu à letra. "Para defender a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) as mulheres podem mostrar o peito, as barrigas, usar o corpo como instrumento político. Sim, porque o corpo é um instrumento político. Foi assim desde Malcolm X até às sufragistas. Mas para defender a gravidez não podem? Isso não posso aceitar", disse à Lusa.

Enquanto psicóloga, criticou recentemente a lei contra as chamadas terapias de conversão de homossexuais, bissexuais e transgénero. "Não cabe ao Estado interferir" na relação entre pacientes e terapeutas, disse em fevereiro ao Diário de Notícias. O diploma "ajuda a galvanizar pessoas que por uma razão ou por outra estão desconfortáveis com a respetiva sexualidade para serem soldados disponíveis para a conflitualidade social, neste caso contra os próprios técnicos de saúde", sustentou. 

Admitindo não concordar em todas as matérias com a ADN, subscreve a oposição do partido pelo qual se candidata às eleições europeias à "sexualização precoce das crianças", designadamente com os conteúdos escolares. O líder da ADN, Bruno Fialho, também já se pronunciou contra a "normalização de problemas psicológicos" e a natureza "anticientífica" da chamada "ideologia de género".

Ao contrário do partido, Joana Amaral Dias é desfavorável à existência de um serviço militar ou cívico obrigatório, e pugnou sempre pelo direito à IVG. Já a ADN propôs no programa eleitoral para as legislativas de 2024 o fim do financiamento estatal das despesas com a IVG.

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