PSD, IL e CDS-PP aprovaram o projeto de lei do Chega que visa proibir a utilização de burca em espaços públicos, invocando os direitos das mulheres e questões de segurança.
O presidente do Chega, André Ventura, considerou esta segunda-feira que a Amnistia Internacional se tornou num "feudo da esquerda" na sequência das críticas da organização à intenção de proibir as mulheres de usarem burca em espaços públicos.
A iniciativa contou com os votos favoráveis do Chega, PSD, IL e CDS-PP, votos contra de PS, Livre, BE e PCP, e a abstenção de PAN e JPP.
PSD, IL e CDS-PP aprovaram na sexta-feira, dia 17 de outubro, na generalidade, o projeto de lei do Chega que visa proibir a utilização de burca em espaços públicos, invocando os direitos das mulheres e questões de segurança.
No sábado, a organização Amnistia Internacional condenou a aprovação, pelo parlamento português, do projeto do Chega que prevê a proibição da ocultação do rosto em espaços públicos, considerando que é discriminatório e viola os direitos das mulheres.
E se um imigrante "disser que não respeita a cultura portuguesa e que não gosta dos símbolos de Portugal, tem uma viagem de regresso ao seu país de origem imediatamente", acrescentou.
O presidente do Chega afirmou ainda que o seu partido liderar um governo "não há um ilegal que fique neste país sem ser expulso" e "não há ninguém que obtenha a nacionalidade portuguesa e cá cometa crimes que não perca a nacionalidade portuguesa".
A questão "não é se há mais mulheres de burca ou menos mulheres de burca, não é se há mais ou menos homens islâmicos a bater nas mulheres islâmicas, não é a questão do número, é a questão da decência contra a indecência, é a questão dos valores certos contra os valores errados, é a questão de defender a nossa civilização", sustentou.
Ventura disse igualmente que não interessa quantas mulheres usam esta peça de vestuário em Portugal para avançar com a proibição.
"Toda a vida sabemos que estes regimes e que este modelo cultural em particular oprimiu as mulheres, diminuiu as mulheres e que retirou a sua personalidade. Cobrir o rosto, obrigar a cobrir o rosto é retirar a personalidade, é anular, é aniquilar. Pois bem, nem a esquerda teve coragem, nem a extrema-esquerda, nem o centro-esquerda, nem o centro-direita, nem a direita liberal, fomos nós, fomos nós que tivemos coragem de vir dizer meus caros, isto em Portugal não é admissível", salientou.
André Ventura defendeu que a burca "é um sinal de humilhação da mulher, de dominação, de opressão" e recusou que esta proibição se trata de uma perseguição ou radicalismo, mas sim de respeito pela cultura portuguesa.
"Achem muito bem que andem cobertas de negro, sem se ver a cara, o rosto, os olhos, com o marido a andar à frente delas e a dizer-lhes o que é que têm que fazer e o que é que não têm que fazer e aí já acham bem? E aí já está tudo ok? Isto não é esquerda, isto não é direitos humanos, isto é pura hipocrisia que nós temos que destruir", sustentou.
O líder do Chega acusou as instituições de direitos humanos que se insurgiram contra a aprovação, na generalidade, do projeto de lei que tem como objetivo a proibição da ocultação do rosto, de andarem "durante anos a bater no peito com os direitos das mulheres", e advogarem "o direito da mulher a vestir-se como quiser, a ser livre como quiser, a ter a sua personalidade", mas "acham muito bem andar de burca".
André Ventura discursava na esplanada de um restaurante junto ao parque da cidade de Loures (distrito de Lisboa), perante algumas dezenas de autarcas eleitos pelo Chega neste município e em Odivelas.
"A Amnistia Internacional diz que está muito preocupada. A Amnistia Internacional não está preocupada com a corrupção que há no país, mas está preocupada com a proibição das burcas. Isto mostra uma coisa, mostra como estas instituições internacionais se tornaram feudos da esquerda, se tornaram património da esquerda", afirmou.
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