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Livre acusa Montenegro de governar para "Portugal do dinheiro fácil"

Porta-voz do partido acusou ainda o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, de apenas pensar em si próprio.

02 de outubro de 2025 às 22:36

O porta-voz do Livre acusou esta quinta-feira o primeiro-ministro e o líder parlamentar do PSD de tomarem decisões para um "Portugal do dinheiro fácil" e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, de apenas pensar em si próprio.

"O governo de Luís Montenegro, a bancada parlamentar de Hugo Soares, basicamente a direita no seu conjunto, governam para pessoas que são parecidas com eles. São parecidas com aquilo que a gente conhece do seu percurso agora, quando estiveram temporariamente em pousio antes de irem para o governo. Precisamente aquilo a que eu chamo Portugal do dinheiro fácil: jogo 'online', turismo de massas, imobiliário de luxo", acusou.

Rui Tavares falava à margem de uma ação no âmbito das autárquicas de dia 12, na já tradicional "pedalada" que o partido organiza em todas as campanhas eleitorais, que consiste num passeio de bicicleta que esta quinta-feira começou na praça de Alvalade e terminou na Alameda.

Interrogado sobre a manchete do jornal Público, que dá conta de que não há um único município do país, incluindo Lisboa, no qual o valor mediano de venda ou de renda seja superior aos "preços moderados" que o executivo pretende introduzir, Tavares aproveitou para lançar novas críticas às medidas do executivo nesta matéria.

Tavares acusou Montenegro de estar a uma "extrema distância" da vida real dos portugueses, sinalizando que "o diferencial de rendimentos entre os portugueses que não conseguem comprar casa a preços que consigam alcançar no seu país e o que é a procura global pelo mercado de casas em Lisboa, nem sempre para a habitação, muitas vezes apenas para comprar e revender, ou fazer rendimento mesmo que as casas estejam vazias, provoca aqui uma distorção".

Esta distorção, defendeu, "só pode ser contrariada através de uma taxação que desencoraja o segmento de luxo e que encoraja o segmento da construção do arrendamento a preços acessíveis" e não o valor de renda moderada estabelecido pelo executivo que se situa entre os 400 e os 2.300 euros.

"Com uma agravante: é que ao introduzir enormes vantagens no IRS para estas rendas ditas moderadas, que são, como eu digo, visões basicamente extremistas de uma distância absolutamente anos longe do que é a realidade dos portugueses, também introduzem uma enorme injustiça entre o rendimento de quem trabalha e o mesmo rendimento, mas de quem tem apenas rendas", sustentou.

Para Tavares, "não faz sentido que uma pessoa que se esforce para trabalhar pague 25% ou mais de IRS e o mesmo rendimento, mas em rendas, seja taxado a 10%".

O porta-voz do Livre disse compreender que seja "tentador e fácil para muita gente" viver do turismo de massas, imobiliário de luxo ou jogo 'online' -- um dos setores que o partido quer regular -- mas "a grande maioria dos portugueses" não depende destas atividades.

Nesta "pedalada", Tavares juntou-se a uma pequena comitiva de cerca de 15 pessoas, algumas com bandeiras da coligação "Viver Lisboa", que junta PS, Livre, BE e PAN para apoiar Alexandra Leitão, e outras com bandeiras da Palestina.

Tavares salientou que as eleições para a autarquia de Lisboa são "ainda mais decisivas" este ano do que há quatro, quando Fernando Medina (PS) perdeu a Câmara para Carlos Moedas, atual presidente apoiado por PSD, CDS-PP e IL.

"Porque na altura ainda não se sabia que Carlos Moedas conseguiria ser um presidente que a direita dava a Lisboa pior ainda do que Santana Lopes. Porque Santana Lopes [que governou a capital no início dos anos 2000] tinha uma ideia para a cidade e Carlos Moedas não tem uma ideia para a cidade, só tem ideias para si mesmo", criticou.

O líder do Livre apelou ainda a eventuais indecisos à esquerda, que possam ponderar votar em João Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV) que votem em Alexandra Leitão "se não querem acordar na segunda-feira, 13 de outubro, a chorar perante um resultado que, à última hora, tenha sido ao contrário daquilo que Lisboa precisa".

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