page view

Livre diz que projeto europeu é "essencial". Para o PCP intervenção da UE na Ucrânia "foi pôr mais bombas na guerra"

Em debate, Paulo Raimundo e Rui Tavares abordaram temas como a Guerra na Ucrânia, as condições de trabalho e a importância de políticas de esquerda.

13 de fevereiro de 2024 às 19:28

Guerra, União Europeia e a precariedade laboral foram temas discutidos no debate entre o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, e o porta-voz do Livre, Rui Tavares. Os líderes partidários destacaram a importância de assegurar a expressividade da esquerda no Parlamento, apesar de divergirem em alguns ideais acerca da internacionalização do País.

Para Paulo Raimundo, a precariedade laboral em que muitos portugueses se encontram é um dos problemas mais urgentes a resolver. O líder comunista diz-se focado nas questões do trabalho, nomeadamente através da introdução de salários e condições mais dignas.

"Precisamos de estancar esta sangria de famílias separadas, de vidas às vezes destruídas que obrigam milhares a procurar lá fora o que o país não é capaz de dar. O problema é os que são empurrados do país", disse o líder comunista. 

Quando questionado sobre se receava que o Livre pudesse vir a tomar o lugar da CDU na reedição de uma geringonça, Paulo Raimundo disse que o partido "nunca falhará nenhuma convergência que responda aos problemas do país".

Já Rui Tavares, começou por pronunciar-se sobre acusação de Pedro Nuno Santos, que defendeu que um voto no PS serve para implementar as ideias do Livre.

"Era só o que mais faltava os partidos mostrarem essa autossuficiência. Votar no PS às vezes nem para implementar as ideias do PS serve", afirmou. 

O deputado do Livre considera importante que os eleitores tenham a consciência do perigo e da instabilidade, "característicos" dos regimes de direita e extrema-direita.

Rui Tavares destacou a importância do Livre para "acrescentar os pilares da Esquerda, da Europa e da Energia" ao debate político.

A posição da CDU relativamente à NATO e à União Europeia foi um dos temas discutidos durante o debate. Rui Tavares defendeu que, apesar de distintas, tanto o livre como o PCP têm posições coerentes. Paulo Raimundo falou na "procura da paz" e nas consequências que a guerra na Ucrânia tem trazido. 

"A nossa posição no dia 24 de fevereiro foi chamar a atenção para três questões: a guerra não começou naquele dia, há antecedentes que não se pode deixar de ter em conta, que os intervenientes na guerra não eram apenas os diretamente envolvidos e que o que era exigido aos Estados, à Europa, a todos nós, era caminhar para obrigar os intervenientes a sentarem-se na mesa para encontrar o caminho de paz. A solução encontrada foi outra: foi pôr mais bombas na guerra, e as consequências estão à vista", apontou Paulo Raimundo, citado pelo Observador. 

Quanto ao mesmo tópico, Rui Tavares assume que o Livre se posiciona de forma diferente e que considera o "projeto europeu essencial".

"O Livre acredita que o projeto europeu é essencial e achamos que o que está à nossa volta comprova isso. A única hipótese que os europeus têm de conseguir fazer face a esta fase de grande instabilidade internacional é terem união contra os imperialismos. Nós somos contra todos os imperialismos, quer o dos EUA, quer o da Rússia", explicou. 

Paulo Raimundo e Rui Tavares falaram ainda sobre os protestos dos polícias, tendo ambos destacado a necessidade de dar uma resposta às suas reivindicações. 

O líder comunista acredita que a fusão da GNR com a PSP será a melhor solução para as forças de segurança. Considera também que os polícias devem ter acesso ao direito à greve, mas com uma grande responsabilidade em mãos e respeito pela Constituição.

O porta-voz do Livre aproveitou ainda para dizer que recusa a possibilidade das forças de segurança filiarem-se em partidos. Rui Tavares diz que a  medida que "parece só interessar a algumas forças políticas", numa referência ao Chega.

O debate entre Paulo Raimundo e Rui Tavares foi transmitido pela CNN Portugal.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8