Presidente da República referiu que acompanhou "toda a viagem" da Flotilha Global Sumud que partiu em direção a Gaza.
O Presidente da República considerou esta segunda-feira que o tratamento dos detidos que seguiam numa flotilha para Gaza refletiu "a irritação" das autoridades de Israel com o reconhecimento do Estado da Palestina por países como Portugal.
"Foi mais fácil para os governos dos países que não reconheciam a Palestina terem os seus nacionais a sair primeiro, o caso de Itália", apontou Marcelo Rebelo de Sousa, que respondia a perguntas dos jornalistas, na Universidade Lusófona, em Lisboa.
Segundo o chefe de Estado, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, teve "uma reação muito a quente em relação, no fundo, aos nacionais de países que tinham reconhecido o Estado Palestiniano", mas também houve "muitos problemas" no acolhimento dos detidos porque "não havia uma estrutura preparada para acolher tanta gente".
"Houve uma mistura de não se esperar tanta gente, não se esperar naquelas circunstâncias, não haver estruturas de acolhimento e haver a irritação por causa daquilo que, entretanto, tinha decorrido: o reconhecimento do Estado Palestiniano por alguns Estados que tinham lá nacionais, e por outro lado um processo de paz a abrir-se na base de negociação", considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que acompanhou "toda a viagem" da Flotilha Global Sumud que partiu em direção a Gaza com ajuda humanitária em direção a Gaza, em que seguiam quatro portugueses, incluindo a coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, "e sobretudo a ponta final", desde que as embarcações foram intercetadas e os tripulantes detidos por Israel, na quarta-feira à noite.
"O senhor ministro de Estado e Negócios Estrangeiros [Paulo Rangel] telefonava várias vezes ao dia. Eu ia acompanhando aquilo que a embaixada e o consulado iam fazendo", relatou.
Questionado sobre as críticas do BE à falta de informação direta do Governo português durante este processo, o chefe de Estado respondeu que não iria "comentar partidos políticos".
"Eu testemunho que, permanentemente, a nossa embaixadora e o cônsul lá, perante situações complicadas, não só estavam preocupados, como manifestavam aquilo que pensavam sobre o que não estava a correr bem. E portanto, nesse sentido, era o Estado português a intervir", acrescentou.
Interrogado sobre como enquadra no plano jurídico a atuação das forças armadas e das autoridades de Israel desde a interceção das embarcações à detenção dos cidadãos portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "esse é outro debate, que pode ser feito infindavelmente".
Sem dar a sua opinião, o chefe de Estado mencionou que "há para uns a ideia de que são águas israelitas e não internacionais, há para outros que são águas internacionais, há para outros que são águas palestinianas" e que "Israel invoca acordos que levam a dizer que não são ainda palestinianas porque não há um Estado unido da Palestina".
"Quem defende que são águas palestinianas diz que, não obstante, correspondem, em termos de espírito do acordo, à ideia de a sua gestão pertencer ao Estado Palestiniano, para quem entende que existe, ou ao futuro Estado Palestiniano, para quem ainda não o reconheceu, e depois quem diga são internacionais", prosseguiu.
"Esse problema de direito eu acho que ainda vai durar muito tempo até os juízes definirem qual é a posição", anteviu.
Nestas declarações, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que o contexto mudou desde que a flotilha partiu, porque entretanto Portugal e outros países reconheceram o Estado da Palestina e está em debate "um caminho de paz no Médio Oriente".
O Presidente salientou que defendeu na ONU esse reconhecimento, anunciado pelo ministro Paulo Rangel.
De acordo com o chefe de Estado "a preocupação das autoridades portuguesas era que [os detidos] saíssem logo possível", mas entre outros fatores "houve dificuldades de transporte",
Israel só admitia pagar o repatriamento "para certos pontos", alguns voos já estavam lotados e "outras companhias torceram o nariz a transportar cidadãos repatriados", explicou.
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