Presidente da República disse que deverá voltar a título pessoal.
O chefe de Estado admitiu esta terça-feira voltar à República Checa para a Feira do Livro de Praga, em maio, e anunciou que o presidente da Assembleia da República também visitará o país ainda em fevereiro.
O Presidente da República falava no Palácio Kaiserstein, em Praga, durante um encontro com representantes da comunidade portuguesa na República Checa, onde chegou esta terça-feira e ficará até quinta-feira, em visita oficial, a convite do Presidente checo, Petr Pavel.
Numa intervenção de meia hora, perante algumas dezenas de pessoas, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que "daqui a quinze dias está cá o presidente da Assembleia da República", José Pedro Aguiar-Branco.
Antes, o chefe de Estado referiu que "Portugal vai ser o país convidado da Feira do Livro de Praga, em maio" e afirmou: "Eu estou com uma tentação enorme, mas não sei se é boa a ideia estar a confessá-lo aqui, há sempre um órgão de comunicação social atento".
"Mas eu não sei se resisto a vir, a título particular, claro, pagando o bilhete e vindo, para não haver no escrutínio público a mínima dúvida sobre o que possa haver de estranho gostar de livros e querer ver a presença portuguesa na Feira de Praga. Vou ver se é possível", acrescentou.
Sobre José Pedro Aguiar-Branco, o Presidente da República mencionou que "tem uma história muito curiosa" que o liga a este país, do tempo em que "houve a mudança de regime, na então chamada Checoslováquia".
"Houve um grupo de jovens, ligeiramente mais jovens do que eu, que é o caso do senhor presidente da Assembleia da República, que se juntou e foi ter com o doutor Mário Soares e disse: nós temos de ir ver o que se passa na então Checoslováquia", contou.
Um desses jovens dirigentes associativos portugueses que se deslocaram a Praga para oferecer milhares de rosas era Aguiar-Branco, "futuro Presidente da Assembleia da República de Portugal".
"Nem ele imaginava", comentou.
Marcelo Rebelo de Sousa falou também aos presentes da iniciativa que o então Presidente português, Mário Soares, teve, em conjunto com esses jovens, de fazer chegar a Praga um carro Renault 21, nesse dezembro de 1989, para ser usado na posse do Presidente Václav Havel, que não queria desfilar numa viatura soviética.
"Ficam já a saber -- é uma surpresa, mas não digam ainda hoje: amanhã [quarta-feira] eu irei oferecer, num museu onde está o veículo, uma fotografia desse tempo e um filme da RTP onde se vê esses jovens", adiantou.
O Presidente da República recordou que esteve na então Checoslováquia mais tarde, em 1992 -- que se dissolveria em dois estados, República Checa e Eslováquia, no ano seguinte -- e conheceu Václav Havel.
"Vim a convite do Presidente Mitterrand e do Presidente Václav Havel -- novinho, muito mais novinho -- a um grande encontro europeu para a confederação europeia, para preparar a integração subsequente que foi o grande alargamento a Leste", contou, referindo que também participaram nesse encontro a antiga primeira-ministra de Portugal Maria de Lourdes Pintasilgo e Vítor Constâncio.
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