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Marcelo Rebelo de Sousa comenta demissão de Boris Johnson e admite que atualmente "é muito difícil governar"

Presidente realçou como fatores "a agitação própria da guerra, ao mudar as condições de vida das pessoas"

07 de julho de 2022 às 21:16

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu esta quinta-feira que, atualmente, "é muito difícil governar", com a guerra na Ucrânia a obrigar os governos a dividirem-se entre a gestão interna e a externa.

Instado pelos jornalistas, em Mangualde, a comentar a demissão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não se pronuncia "sobre a vida interna de um país" que, ainda por cima, é o mais antigo aliado de Portugal.

No entanto, considerou que "o haver a guerra e o haver a agitação própria da guerra, ao mudar as condições de vida das pessoas" e "ao obrigar os governantes a estarem divididos permanentemente entre a gestão interna e a gestão externa, cria problemas adicionais em todas as partes do mundo".

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, demitiu-se da liderança do Partido Conservador, mas disse que se manterá na chefia do Governo até à eleição de um novo líder dos conservadores, apesar das vozes de dentro e fora do partido para que deixe já o executivo.

A demissão do líder conservador, de 58 anos, que assumiu o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido em julho de 2019, ocorreu após a saída de dezenas de membros do seu executivo e de uma sucessão de escândalos.

No que respeita aos cem dias do Governo português, que se assinalam na sexta-feira, o Presidente da República considerou que foram "muito difíceis".

"É muito difícil governar quando o mundo, neste momento, está muito diferente do que estava há seis meses. A guerra introduziu essa diferença", levando a que a situação económica e financeira e, consequentemente, a social, esteja "muito diferente", realçou.

Na sua opinião, "isso obriga a uma concentração dos governos em duas frentes: a frente lá fora, para ver se é possível chegar à paz o mais rapidamente possível e com a União Europeia unida" e "dentro dos países, para acorrer aos fogos que vão surgindo um pouco de vários sítios".

"As guerras trazem turbulência. Esta ideia de que a guerra é dos outros, não é. Se fosse dos outros o combustível não estava tão caro cá dentro", frisou.

O Presidente da República voltou a mostrar a sua preocupação com o que se passa nos aeroportos portugueses, mas disse aos jornalistas que a situação é "muito complicada" por toda a Europa e todo o mundo.

"É um caso internacional, não conseguem fazer o reajustamento rápido. E como estamos no período de 'boom' do turismo, de repente foi passar de um nível muito baixo, para um nível muito alto, e isso implica uma capacidade de resposta que não está a haver".

No seu entender, "são as companhias aéreas que têm que se reajustar, são as gestoras de aeroportos que têm que se reajustar".

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