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Miguel Albuquerque diz desconhecer se está a ser investigado na operação AB INITIO

Albuquerque terá participado em reuniões na Quinta Vigia com os principais suspeitos de um esquema de financiamento ilegal de duas campanhas eleitorais do PSD/Madeira.

24 de outubro de 2025 às 14:42

O presidente do Governo da Madeira e líder regional do PSD, Miguel Albuquerque, disse esta sexta-feira desconhecer se está a ser investigado pelo Ministério Público na operação AB INITIO, relacionada com alegado financiamento ilegal do partido na região.

"Não faço ideia nenhuma do que estão a falar, mas é preciso hoje nós termos um critério de certa complacência para com essas notícias, porque vão inventando coisas, vão dizendo coisas. Olha, paciência", afirmou.

Miguel Albuquerque, que falava no porto do Funchal, onde assinalou a entrada em funcionamento da ligação à energia de terra do navio Lobo Marinho, reagiu deste modo à notícia divulgada esta sexta-feira pelo jornal Correio da Manhã, que aponta para uma nova investigação do Ministério Público no âmbito da operação AB INITIO.

O jornal refere que Albuquerque terá participado em reuniões na Quinta Vigia, sede da presidência do executivo madeirense, com os principais suspeitos de um esquema de financiamento ilegal de duas campanhas eleitorais do PSD/Madeira.

"Todos os dias tenho para aí umas 50 reuniões na Quinta Vigia", disse Miguel Albuquerque, vincando, no entanto, que nunca ali abordou a questão do financiamento do partido.

"Cá, nada! Acha que ia tratar disso na Quinta Vigia?", questionou, acrescentando: "Isso é um absurdo! Eu não trato nada disso, nem percebo nada disso, nem quero saber."

O chefe do executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP, sublinhou que todas as campanhas dos sociais-democratas são auditadas e fiscalizadas pelos tribunais.

"O que posso dizer é que, do meu ponto de vista, a única preocupação que eu tenho é que as campanhas, uma vez feitas, sejam auditadas, fiscalizadas e depois ratificadas pelos tribunais", reforçou.

Albuquerque garantiu também que não lhe foi solicitado o levantamento da imunidade que detém como presidente do Governo da Madeira e membro do Conselho de Estado.

A operação AB INITIO foi desencadeada pela Polícia Judiciária (PJ) em 17 de setembro de 2024 e visou a execução de sete mandados de detenção, que passaram depois a oito, envolvendo autarcas, empresários, funcionários públicos, titulares de cargos políticos e de altos cargos públicos.

Segundo a PJ, em causa estão suspeitas da prática dos crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos.

Entre os detidos estiveram o então presidente da Câmara da Calheta e da Associação de Municípios da Madeira (AMRAM), Carlos Teles, o antigo secretário regional da Agricultura Humberto Vasconcelos, o presidente do conselho diretivo do Instituto da Administração de Saúde da Madeira (IASAÚDE), Bruno Freitas, o ex-diretor regional da Agricultura, Paulo Santos, bem como Humberto Drumond e Miguel Nóbrega, a administradores da empresa Dupla DP, uma agência de comunicação, publicidade e marketing, e duas funcionárias públicas.

Depois de ouvidos em primeiro interrogatório foram todos restituídos à liberdade, ficando sujeitos a Termo de Identidade e Residência (TIR).

Apenas o presidente da IASAUDE ficou impedido de continuar a exercer as funções.

Neste processo, foram também constituídos arguidos o secretário-geral do PSD/Madeira, José Prada, bem como Rogério Gouveia, Pedro Ramos e Pedro Fino, que na altura desempenham as funções de secretários regionais das Finanças, Saúde e Equipamento, respetivamente.

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