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Ministra da Cultura defende aposta precoce na cultura

Ministra garantiu que o Governo está a trabalhar para que as barreiras sejam ultrapassadase para que a cultura seja acessível desde a infância.

18 de outubro de 2025 às 16:44

A ministra da Cultura defendeu este sábado, nos Açores, uma aposta precoce na cultura, sublinhando que "os primeiros anos de vida são os mais decisivos" na formação dessa ligação, e garantiu que esta meta é "uma prioridade do Governo".

"Se colocar lá essa semente o mais precocemente possível, consigo garantir que este gosto, este amor tem maior longevidade, tem maior sustentabilidade. E, portanto, esta é uma prioridade que nós [Governo] temos. É de facto tornar a cultura acessível o mais cedo possível", afirmou a ministra da Cultura, Juventude e Desporto.

Margarida Balseiro Lopes falava em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na conferência "Cultura, Educação e Território no Lugar do Amanhã", a primeira iniciativa, realizada no auditório Luís da Camões, no âmbito do projeto PDL26 - Capital Portuguesa da Cultura.

"É mostrar que a cultura é próxima, não é distante. Não é elitista e que chega a todo o território", sublinhou a ministra, considerando que, apesar de já terem sido dados muitos passos, continuam a existir "muitas barreiras", físicas, arquitetónicas e de outra natureza, no acesso a espaços culturais ou até museus, sendo que alguns "nem sequer têm guias em braille".

A ministra garantiu que o Governo está a trabalhar para que as barreiras sejam ultrapassadase para que a cultura seja acessível desde a infância.

"Esse objetivo de chegar a todo o lado faz com que tenha havido da parte do Governo a sensibilidade de olhar para o projeto das Capitais Portuguesas e perceber que um milhão de euros para Braga ou para Aveiro é uma coisa e para os Açores é outra. E, portanto, a majoração que fizemos de 30% foi precisamente uma concretização destas palavras. E este foi um sinal que demos", salientou Margarida Balseiro Lopes.

A ministra acrescentou que o Governo vai continuar a reforçar o orçamento do setor em 2026, com prioridade para projetos que descentralizem a oferta cultural e promovam o acesso em todas as regiões.

"Se incutir o mais precocemente possível esse amor pela cultura, estou a garantir novos públicos para visitarem museus, irem a salas de espetáculo, para comprarem livros, para ouvirem música, para irem a centros interpretativos", salientou.

A ministra da Cultura, Juventude e Desporto sustentou que a cultura "tem valor económico", pois potencia a criação de emprego, atrai investimento e gera valor.

A secretária regional da Educação, Cultura e Desporto considerou que a territorialidade impõe desafios acrescidos no acesso e promoção da educação e cultura, em comparação com o todo nacional e internacional, e entre municípios.

"Aquilo que temos que garantir, na perspetiva do Governo, é que haja um investimento que traga retorno", defendeu Sofia Ribeiro, na sua intervenção.

A titular pela pasta da Educação nos Açores explicou que esse retorno "não tem de ser imediato" e deve haver uma aposta em políticas estruturais e sustentadas.

"A garantia desse retorno não pode ser trazida se olharmos apenas para a promoção de eventos", considerou Sofia Ribeiro, garantindo que o executivo açoriano tem colocado "muito o foco" na educação e nas políticas educativas na região, direcionadas para o primeiro ciclo.

Referiu-se nomeadamente à alteração dos horários dos professores do primeiro ciclo, que permitiu a entrada de outros profissionais, como professores de educação física, de expressão motora, de educação visual, de educação musical para assegurar uma componente curricular de trabalho diário com as crianças.

Antes da conferência, foi assinado o protocolo de cooperação de financiamento do projeto Ponta Delgada 2026 (PDL 26) entre os Ministérios da Cultura e da Economia/Secretaria de Estado do Turismo, o Governo Regional dos Açores e a Câmara Municipal de Ponta Delgada.

Segundo o protocolo, a que Lusa teve acesso, o valor global do financiamento é de 5,3 milhões de euros (650 mil euros a cargo do Turismo de Portugal, 650 mil euros do Ministério da Cultura, um milhão de euros através do Governo Regional e três milhões de euros através da Câmara Municipal de Ponta Delgada).

O documento foi assinado pelo presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, pela ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, pelo secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, e pelo presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral.

O acordo define que o planeamento, a promoção, o desenvolvimento e a execução da iniciativa PD26 - Capital Portuguesa da Cultura fica a cargo do município de Ponta Delgada.

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