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Montenegro critica "querela comunicacional" por se falar em otimizar recursos na saúde

Nos últimos dias, várias têm sido as críticas, depois de o diretor executivo do SNS ter, alegadamente, dado instruções aos hospitais para reduzirem a despesa em 2026.

03 de novembro de 2025 às 13:50

O primeiro-ministro criticou esta segunda-feira a "grande querela comunicacional" que se gerou em Portugal por ter dito que era preciso otimizar os recursos e gerir melhor o investimento financeiro na saúde.

"Por alguém ter dito que era preciso otimizar os recursos e gerir melhor o investimento financeiro que se estava a fazer para se produzir melhores resultados e para se poder, no fundo, prestar melhor serviço gastando menos `aqui-d´el-rei´ que o país ia parar", afirmou Luís Montenegro na visita à Sword Health, no Porto, acompanhado pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e do novo presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte.

Nos últimos dias, várias têm sido as críticas, depois de o diretor executivo do SNS ter, alegadamente, dado instruções aos hospitais para reduzirem a despesa em 2026.

Segundo uma notícia do Público, a ordem é para reduzir os gastos com medicamentos, produção adicional (como as cirurgias fora do horário para aliviar as listas de espera), prestadores de serviço e contratações de pessoal.

O primeiro-ministro lamentou que se tenha criticado "uma coisa tão simples e óbvia", lembrando que nos últimos 10 anos a despesa com o sistema de saúde passou de oito mil milhões de euros para 18 mil milhões, mais do dobro, sem que houvesse uma correlação entre esta evolução e os serviços que são prestados.

"Pois, aquilo que nós queremos é isto. O que nós queremos em Portugal é mais cuidados de saúde, mais eficácia e eficiência e, ao mesmo tempo, também melhor resultado financeiro ou poupança como lhe chamaram", vincou.

Segundo o chefe do executivo, Portugal tem de enfrentar estes problemas "sem complexos, sem barreiras, com espírito inovador e empreendedor".

"É este Portugal que nós queremos, não é o Portugal dos `Velhos do Restelo´ que se ficam sempre a queixar, mesmo quando depois a realidade mostra que estão errados, que os objetivos e os resultados que estavam enunciados não foram alcançados", atirou.

Em sua opinião, Portugal precisa de ter uma cultura mais comprometida com os resultados.

Montenegro disse ainda que há em Portugal aqueles que tentam diabolizar o setor privado da saúde dizendo, nomeadamente, que o Governo quer privatizar a saúde.

"Ainda ontem [domingo] ouvi um líder político, um líder de um partido político com responsabilidades mais do que muito grandes nos últimos anos, dizer que este Governo queria privatizar a saúde, que é uma coisa que, de facto, é difícil de compreender, mas como se nós desejássemos às pessoas que não tivessem solução", afirmou.

O chefe do executivo ressalvou que a solução do SNS não é o sistema privado de saúde e que quem tem essa ilusão não sabe o que diz.

"Não é o setor privado da saúde que vai salvar o SNS, o SNS é que pode salvar o setor privado da saúde se não mandar tantos utentes para lá", atirou.

Montenegro disse que o setor privado da saúde em Portugal está a ficar tão bloqueado como o setor público por falta de soluções.

Situação que só se resolve com inovação, aproveitamento de todo o potencial tecnológico e aplicação da inteligência artificial ao processo de saúde com sentido de responsabilidade e certeza científica e técnica, considerou.

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