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Montenegro diz a Carneiro ser um exagero apelidar pacote laboral de retrocesso civilizacional

Primeiro-ministro respondia ao líder do PS que sugeriu que, sem explicação das normas, mudanças são um "ajuste de contas com os trabalhadores".

05 de dezembro de 2025 às 15:20

O primeiro-ministro considerou esta sexta-feira um exagero apelidar de "retrocesso civilizacional" a proposta da lei laboral, respondendo ao líder do PS que sugeriu que, sem explicação das normas, estas mudanças são um "ajuste de contas com os trabalhadores".

No debate quinzenal de hoje, secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, referiu que foi o primeiro líder partidário que, no início de agosto, disse que as propostas de leis laborais eram um "recuo civilizacional", questionando a pertinência destas alterações.

Na resposta, o primeiro-ministro considerou que Carneiro "cai no exagero" de "chamar a esta proposta um retrocesso civilizacional", o que "não lhe fica bem".

"Vá ver a legislação laboral dos países governados por partidos socialistas. Vá ver a legislação laboral e o que é que pretende fazer o Partido Trabalhista no Reino Unido. Vá ver o que é que são hoje os eixos fundamentais das políticas laborais, das economias que hoje têm a responsabilidade de ser conduzidas por partidos da sua família política e diga-se lá há um retrocesso civilizacional", contrapôs.

O socialista disse concordar com os "humanistas, os democratas cristãos, os sociais-democratas que também estão na UGT e estão contra esta proposta de legislação laboral", citando críticas de Silva Peneda e de Bagão Félix e disse que "estas propostas ofendem os mais jovens, ofendem as mulheres, ofendem as famílias e ofendem os mais vulneráveis".

"Peço ao primeiro-ministro que neste parlamento explique aos deputados quais são as normas que estão nas propostas de leis laborais que permitem à economia responder à transição digital, às alterações climáticas e à transição energética. É que se não o fizer, dá lugar a que nós consideremos que se trata de opções ideológicas e de um ajuste de contas com os trabalhadores", disse José Luís Carneiro.

Antes da resposta de Montenegro, o líder do PSD Hugo Soares fez uma interpelação à mesa a pedir para distribuir o Programa Eleitoral da AD e recomendar a leitura da página 134 e 135 para pedir ao PS que "deixe de mentir aos portugueses" quando afirma que esta reforma da legislação laboral não estava no programa da AD.

O primeiro-ministro apontou uma circunstância que o distingue do líder do PS.

"O senhor deputado tem uma atitude muito passiva perante a realidade. Uma atitude que, aliás, corresponde àquilo que foi o Governo do Partido Socialista durante oito anos. De imobilismo, de deixar as coisas como elas estão, de apenas gerir o dia-a-dia e não de ter a coragem de transformar, de ter a coragem de construir, de dar um passo em frente, de ousar, de arriscar", criticou.

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