CGTP e UGT vão avançar com uma greve geral conjunta a 11 de dezembro.
O primeiro-ministro considerou este domingo que a greve geral convocada por CGTP e UGT "é incompreensível", dizendo que apenas serve para "olhar para interesses" do PCP e do PS, o que "não fica bem" ao movimento sindical.
Em declarações aos jornalistas, na reta final da 4.ª Cimeira UE-CELAC que este domingo decorreu em Santa Marta (Colômbia), Luís Montenegro foi questionado sobre o anúncio por parte da CGTP, no sábado, e este domingo da UGT, de que avançarão em 11 de dezembro para uma greve geral conjunta, que tem como motivação central o pacote laborar que está a ser discutido em concertação social.
"Francamente, não consigo vislumbrar outra razão para esta posição das centrais sindicais que não seja olhar para interesses que, do meu ponto de vista, não deviam ser os prevalecentes, que é o interesse dos partidos que estão, sobretudo, ligados à gestão das duas centrais sindicais", afirmou.
Montenegro disse querer mesmo concretizar de quem estava a falar: "Estou a falar do Partido Comunista, que quer mostrar a sua existência através da sua rede sindical na CGTP, e estou a falar do Partido Socialista, que também quererá mostrar a sua existência política de oposição, aproveitando alguma preponderância que tem na UGT", acusou.
O primeiro-ministro reiterou considerar a marcação da greve "extemporânea e mesmo anacrónica", uma vez que ainda não há qualquer diploma aprovado em Conselho de Ministros.
"Ninguém a consegue compreender e, na minha opinião, não fica bem ao movimento sindical. Eu acho que os sindicatos têm tudo para cumprir a sua tarefa e o seu papel - eu não quero condicionar, acho muito bem que representem os interesses laborais dos trabalhadores portugueses -, mas quando a realidade do país não é a realidade dos sindicatos, alguma coisa está mal e não é o país", defendeu.
Questionado sobre o repto do Chega para que recue em algumas matérias do pacote laboral, Montenegro manifestou abertura para, quando o diploma chegar ao parlamento, falar com todos os partidos, até porque PSD e CDS-PP não dispõem de maioria para a aprovar sozinho.
Montenegro defendeu ainda que "o Governo tem feito tudo para evitar todas as greves" e reiterou que, no seu ponto de vista, "não há matéria objetiva que possa suscitar adesão a uma greve geral".
O primeiro-ministro referiu que este Governo já fez "19 acordos laborais ou de incidência laboral e de retribuição e de carreiras" e salientou que, em 2024, Portugal foi no âmbito dos 38 países da OCDE "aquele onde os rendimentos das pessoas subiram mais".
Questionado se o Governo tem disponibilidade para negociar de forma a tentar evitar esta greve, Montenegro respondeu que o executivo "está onde sempre esteve, disponível para dialogar".
"Se me dizem que o tema principal, para não dizer único, é o impulso que se quer dar a uma lei laboral que se quer seja mais amiga do emprego e do bom emprego e numa altura em que essa proposta está a ser discutida na concertação social, está em cima da mesa, a sua pergunta é, estamos disponíveis para negociar", perguntou.
E respondeu: "Nós estamos a negociar, nós estamos a meio da negociação, ainda não há sequer uma aprovação no âmbito do Conselho de Ministros, ainda não houve uma remissão de uma proposta para a Assembleia da República", frisou.
Montenegro assegurou que o Governo "não vai acelerar nem desacelerar" a negociação com os parceiros sociais e que, depois de a lei ser aprovada em Conselho de Ministros, será remetida ao parlamento.
"E eu disse aos partidos políticos todos que estava disponível para quando este trabalho de concertação ficasse cumprido e houvesse uma proposta de lei aprovada em termos finais no Conselho de Ministros, nós abriríamos no espaço parlamentar a sua discussão e também a sua negociação interpartidária. É isso que vamos fazer", disse.
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