André Ventura, criticou na semana passada as declarações do Presidente angolano sobre o colonialismo português.
O MPLA considerou esta segunda-feira "triviais" as recentes declarações de André Ventura sobre Angola e seus governantes, e disse que alguns setores da sociedade portuguesa "ainda conservam algum saudosismo colonialista em relação a Angola".
"Entendemos o contexto das declarações deste senhor [André Ventura]", que são feitas em campanha eleitoral. "Para um líder populista isto é absolutamente trivial, ataca tudo e todos e atacar Angola e a sua classe dirigente é algo, efetivamente, que dá muitos votos, então, nós compreendemos a necessidade que tem de usar Angola", disse hoje o secretário para Informação do Bureau Político do MPLA, Esteves Hilário, quando questionado sobre as declarações do líder do Chega, André Ventura.
À margem da reunião plenária, o dirigente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975), afirmou, por outro lado, que "há, em Portugal, infelizmente, alguns setores da sociedade que ainda conservam algum saudosismo colonialista em relação a Angola".
Angola é desde 11 de novembro de 1975 um país soberano, "toma as suas próprias decisões, os seus rumos, acerta e erra, o que é normal para qualquer país", argumentou o político do MPLA, referindo que Angola responde ao "saudosismo" com a sua soberania.
"Nós respondemos a este saudosismo, de certos setores portugueses, com a nossa soberania. Portanto, os assuntos de Portugal pertencem aos portugueses e nós pedimos que os assuntos de Angola deixem com os angolanos também", rematou o também deputado do MPLA.
O líder do Chega, André Ventura, criticou na semana passada as declarações do Presidente angolano sobre o colonialismo português e a reação de Marcelo Rebelo de Sousa, que quer ver condenada pelo parlamento.
"Todos ouvimos o Presidente da República de Angola dizer que os portugueses escravizaram os angolanos durante 500 anos, dizer que a responsabilidade pelo atraso de Angola e de África é dos portugueses, ouvimos isto de viva voz na presença do Presidente da República de Portugal. Isto é inaceitável", afirmou.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura disse que Marcelo Rebelo de Sousa esteve "aos abraços com o Presidente de Angola, desvalorizou aquilo que disse o Presidente de Angola e disse que foi um grande marco na colaboração entre os dois países".
"Não, não foi um grande marco, foi uma vergonha e uma humilhação para Portugal aquilo que aconteceu ontem [dia 11] por parte do Presidente angolano, e um Presidente português digno ter-se-ia levantado e virado as costas e teria tido a capacidade de transmitir ao Presidente de Angola que nós não aceitamos ser humilhados, que nós não aceitamos ser vexados e que nós não aceitamos que nenhum povo, e muito menos os corruptos do MPLA, possam dizer-nos como governar ou o que é que nós fizemos certo ou errado na nossa história", defendeu.
O presidente do Chega referia-se ao discurso de João Lourenço, nas cerimónias do 50.º aniversário da independência de Angola, em Luanda, que contaram com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa.
Dirigindo-se "à elite que governa em Angola", o líder do Chega considerou que a "causa do atraso não é o colonialismo português, nem foi a história de Portugal", mas sim "a corrupção de 50 anos, em que enriqueceram as elites para empobrecer os povos, e é por isso que eles continuam a vir para a Europa".
André Ventura defendeu ainda que Portugal não pode continuar a pedir desculpa pelo seu passado, considerando que constitui uma "traição ao povo português", e deve "orgulhar-se da sua História".
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