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Ventura condena palavras de João Lourenço sobre colonialismo português e critica reação de Marcelo

Presidente do Chega referia-se ao discurso de João Lourenço, nas cerimónias do 50.º aniversário da independência de Angola, em Luanda.

12 de novembro de 2025 às 15:11

O líder do Chega, André Ventura, criticou esta quarta-feira as declarações do Presidente angolano sobre o colonialismo português e a reação de Marcelo Rebelo de Sousa, que quer ver condenada pelo parlamento.

"Todos ouvimos o Presidente da República de Angola dizer que os portugueses escravizaram os angolanos durante 500 anos, dizer que a responsabilidade pelo atraso de Angola e de África é dos portugueses, ouvimos isto de viva voz na presença do Presidente da República de Portugal. Isto é inaceitável", afirmou.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura disse que o Marcelo Rebelo de Sousa esteve "aos abraços com o Presidente de Angola, desvalorizou aquilo que disse o Presidente de Angola e disse que foi um grande marco na colaboração entre os dois países".

"Não, não foi um grande marco, foi uma vergonha e uma humilhação para Portugal aquilo que aconteceu ontem por parte do Presidente angolano, e um Presidente português digno ter-se-ia levantado e virado as costas e teria tido a capacidade de transmitir ao Presidente de Angola que nós não aceitamos ser humilhados, que nós não aceitamos ser vexados e que nós não aceitamos que nenhum povo, e muito menos os corruptos do MPLA, possam dizer-nos como governar ou o que é que nós fizemos certo ou errado na nossa história", defendeu.

O presidente do Chega referia-se ao discurso de João Lourenço, nas cerimónias do 50.º aniversário da independência de Angola, em Luanda, que contaram com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa.

"Mal tínhamos acabado de vencer o colonialismo português, que nos oprimiu e escravizou durante séculos, tivemos de imediato de enfrentar o regime retrógrado do 'apartheid', que representava uma ameaça permanente aos povos da África Austral e de Angola em particular, por nos ter agredido, invadido e estar assente na ideia da superioridade de uma raça sobre outra e no segregacionismo como modelo de sociedade", salientou o chefe de Estado angolano.

O líder do Chega, que é também candidato a Presidente da República nas eleições de janeiro, deixou a sua "condenação veemente àquilo que foi dito pelo Presidente de Angola" e também à reação de Marcelo Rebelo de Sousa.

"Que foi ficar calado e ir aos abraços, vexando-se, mas sobretudo vexando-nos a nós todos, humilhando o país", acusou.

Ventura disse que deu "indicações à liderança da bancada parlamentar para avançar rapidamente com um voto de condenação, não só às palavras do Presidente da República de Angola, como ao ato objetivo de humilhação, de complacência e de cumplicidade que o Presidente português assumiu com as forças de Angola".

Dirigindo-se "à elite que governa em Angola", o líder do Chega considerou que a "causa do atraso não é o colonialismo português, nem foi a história de Portugal", mas sim "a corrupção de 50 anos, em que enriqueceram as elites para empobrecer os povos, e é por isso que eles continuam a vir para a Europa".

André Ventura defendeu ainda que Portugal não pode continuar a pedir desculpa pelo seu passado, considerando que constitui uma "traição ao povo português", e deve "orgulhar-se da sua História".

Ventura falava aos jornalistas no parlamento, antes de um almoço com o presidente do The Heritage Foundation, um 'think tank' conversador norte-americano.

Também em declarações aos jornalistas, Kevin Roberts considerou que Portugal tem um "futuro promissor, em larga medida pelo trabalho heroico que Ventura está a fazer".

Na ocasião, o líder do Chega foi questionado também sobre saúde, tendo considerado que é preciso "uma reforma profunda" nesta área e lamentado que os seus adversários na corrida da Belém não tenham aceitado o desafio de um debate sobre este tema.

Ventura considerou que é preciso fixar os profissionais no SNS e defendeu "que quem faz as horas que fazem os profissionais de saúde tenham uma isenção no trabalho extraordinário em sede de IRS".

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