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Nota de direção de informação da Lusa

Lusa mantém a sua notícia "Gouveia e Melo revela que foi tentativa de Marcelo para o travar que o levou a candidatar-se".

10 de novembro de 2025 às 15:11

A Lusa mantém a sua notícia "Gouveia e Melo revela que foi tentativa de Marcelo para o travar que o levou a candidatar-se"

A Direção de Informação da Lusa foi confrontada esta segunda-feira com uma nota à comunicação social da candidatura a Presidente de Gouveia e Melo, que rotula de falsa a notícia divulgada no passado domingo sobre o momento em que decidiu concorrer às eleições, a propósito de um livro com uma longa entrevista feita pela jornalista Valentina Marcelino.

No livro, Gouveia e Melo diz expressamente que foi um artigo publicado no Expresso, a 3 de outubro de 2024, sob o título "Almirante quer mais dois submarinos para ficar na Armada e desistir de Belém", que o levou a "definir o rumo" ou seja, a avançar com a candidatura.

"Foi esse artigo que me fez definir o rumo. Porque quando o li, fiquei mesmo danado", afirma o ex-chefe do Estado-Maior da Armada, na página 124 do livro "Gouveia e Melo - As Razões", que tem chancela da Porto Editora."

Na mesma página, transcreve, em nota de rodapé, o teor desse artigo do Expresso:

"O Presidente da República gostava de reconduzir o almirante Gouveia e Melo por mais dois anos no cargo de chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) --- para lhe travar uma candidatura presidencial ---, mas o militar, que continua a liderar as sondagens para Belém, só aceitará ficar à frente da Marinha se tiver garantias de que o Governo vai aumentar o investimento de forma significativa na força naval portuguesa, apurou o Expresso. Caso não tenha essa segurança até ao fim do mandato, que termina a 27 de dezembro, Gouveia e Melo seguirá para a vida civil e deverá ponderar se avança ou não para uma candidatura presidencial, possibilidade que tem mantido em aberto" (...)

Na sua notícia sobre a publicação do livro, baseada num extrato que lhe foi enviada pela editora, a Lusa interpretou estas informações escrevendo:

"O almirante Gouveia e Melo revela que só decidiu avançar para Belém quando leu uma notícia no Expresso de que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia travar a sua candidatura presidencial através da sua recondução como chefe da Armada.

Cumprindo todas as regras deontológicas, a Lusa escreveu as informações contidas no próprio livro, interpretando-as com honestidade e rigor, tal como determina o Código Deontológico do Jornalista.

A Lusa rejeita e repudia, portanto, as acusações de que a notícia em causa seja falsa e, muito menos, que a agência contribua para a desinformação e tenha manipulado declarações de Henrique Gouveia e Melo, como refere a nota da candidatura.

Como bem diz na sua nota a candidatura de Gouveia e Melo, "na política não pode valer tudo".

Por uma questão de transparência, a Lusa volta, assim, a publicar a notícia em causa:

Gouveia e Melo revela que foi tentativa de Marcelo para o travar que o levou a candidatar-se"

Lisboa, 09 nov 2025 (Lusa) - O almirante Gouveia e Melo revela que só decidiu avançar para Belém quando leu uma notícia no Expresso de que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia travar a sua candidatura presidencial através da sua recondução como chefe da Armada.

"Foi esse artigo que me fez definir o rumo. Porque quando o li, fiquei mesmo danado", afirma o ex-chefe do Estado-Maior da Armada, no livro "Gouveia e Melo - As Razões", - uma longa entrevista conduzida pela jornalista e diretora-adjunta do Diário de Notícias, Valentina Marcelino -, que será posto à venda na próxima quinta-feira e lançado no dia 24, com a chancela da Porto Editora.

O artigo do Expresso, da autoria do jornalista Vitor Matos, divulgado em outubro de 2024, indicava que Marcelo pretendia reconduzir Gouveia e Melo como chefe do Estado-Maior da Armada para evitar a sua candidatura presidencial, mas este só aceitava se houvesse um investimento significativo na força naval, chegando-se mesmo a referir a compra de mais submarinos.

Gouveia e Melo, que já se havia referido a uma tentativa para travar a sua candidatura a Belém através da sua promoção a chefe máximo das Forças Armadas, sem indicar nomes nem datas, aponta desta vez o dedo ao Presidente da República e ao Governo.

"De facto o Governo - e também o senhor Presidente da República - não pareciam interessados em nada da defesa, para além de fazerem umas correções nos ordenados dos militares. Assim, deduzi que o que pretendiam era que eu ficasse amarrado à Marinha com o eventual 'prémio' de, no fim, poder ser CEMGFA e atingir o topo da carreira militar. Pensaram, especulo eu, que ficaria muito contente por me darem a oportunidade", desabafa.

O almirante que chefiou a Marinha e o processo de vacinação contra a covid-19 deixa a ideia de que a estratégia do que pretendiam travar a sua candidatura saiu completamente furada: "Essas pessoas verdadeiramente não me conheciam...essa é a única coisa que eu nunca faria: ser príncipe só para cortar fitas".

"Ora, queriam dar-me importância sem me darem poder para fazer nada. Muito obrigado. Foi aí que decidi: Vou entrar no campo das verdadeiras decisões, a política", assegura.

Henrique Gouveia e Melo não poupa críticas ao poder político, como a existência de "um certo autismo aos ventos de mudança e um alheamento perigoso do que se aproximava", dando o exemplo da cena internacional e da possível reeleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos.

"Pensei, 'se os senhores não estão sequer preocupados, ficar não faz sentido, o meu contributo só poderá ser útil cá fora, precisamente no meio político'", assume.

No livro, de 236 páginas, Gouveia e Melo acusa Marcelo Rebelo de Sousa de ter feito uma "coisa muito incomodativa" quando se colocou a questão da sucessão do almirante Mendes Calado como chefe da Marinha, em 2021, e terá dito que "não era necessário que o almirante Gouveia e Melo empurrasse o almirante Mendes Calado".

"Essa frase foi verdadeiramente assassina", sustenta o agora candidato a Belém, afirmando que não empurrou ninguém e que Marcelo o veio a reconhecer posteriormente. Só que, como essas declarações e também pelo facto de Mendes Calado estar "zangado com o Governo" de então, tudo "se conjugou para criar um ambiente difícil, de cortar á faca".

Sobre as presidenciais de 18 de janeiro, Henrique Gouveia e Melo afirma que o seu "principal adversário" não está nas eleições, mas no "preconceito travestido de democracia".

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