Deputado foi eleito com 75% dos votos, obtendo dois terços dos lugares no Conselho Nacional.
Com a tarefa difícil de fazer regressar o CDS-PP ao parlamento, Nuno Melo pediu aos militantes para "não deprimirem", situando os centristas entre o PSD e o Chega e afirmando-se preparado caso haja legislativas antecipadas.
Com o palco do Parlamento Europeu para fazer "oposição eficaz" ao Governo PS, o eurodeputado encerrou o 29.º Congresso anunciando uma conferência sobre a inflação, poder de compra e produção industrial e alimentar, com o objetivo de encontrar propostas que possam contornar a subida recente e propondo medidas para baixar o preço dos combustíveis.
Fora da Assembleia da República, resta ao CDS ser "mais eficaz" na oposição ao Partido Socialista e tornar-se "útil", propondo, a cada crítica, uma solução, disse Melo, que sucedeu a Francisco Rodrigues dos Santos, num congresso em que foram visíveis algumas "amarguras e azedumes", entre promessas de união e reconciliação.
"As pontes foram criadas, o nosso pensamento está no futuro. Hoje na oposição ao Partido Socialista e amanhã na disputa do poder porque é para isso que nós nascemos como partido", disse no início do seu discurso no encerramento, pedindo aos militantes para "não deprimirem".
Eleito com 75% dos votos e obtendo dois terços dos lugares no Conselho Nacional, Nuno Melo conseguiu condições internas para o seu objetivo de "construir" e de "unir" o partido, refletindo o tom geral do congresso em que a maioria dos delegados preferiu alinhar com o discurso da "união" e olhar para o futuro ao invés de procurar "culpados" pelos desaires do passado.
A presença do antigo líder Paulo Portas no congresso, inédita desde que deixou a presidência do partido, foi um sinal que contribuiu para a pacificação do partido, com o mote dado logo no sábado pelo ex-presidente Manuel Monteiro, que apoiou o eurodeputado quando alguns questionavam quais os seus propósitos.
Paulo Portas reconheceu como "muito difícil" o trabalho de Nuno Melo nos "próximos anos". No dia anterior, recém regressado ao CDS, Manuel Monteiro declarou o seu apoio a Melo, que considerou ter as melhores condições para liderar o partido. No sábado, nos bastidores do congresso, chegou a antecipar-se uma possível reaproximação entre os dois antigos líderes, desavindos há anos, mas quando questionado sobre isso, Portas nem pronunciou o nome de Monteiro.
"E, meu caro amigo, estamos no século XXI, em 2022, não estamos no século XX, nos anos 90", respondeu Portas.
Nuno Melo, 56 anos, enfrenta a tarefa de reconstruir o partido, que perdeu representação parlamentar nas legislativas de 30 de janeiro e o primeiro objetivo já identificado será a reeleição como eurodeputado nas eleições de 2024, e o reforço da votação nas regionais da Madeira, no próximo ano.
A oposição ao PS começou logo no seu discurso de posse, afirmando ser nítido que o primeiro-ministro, António Costa, possa abandonar o mandato a meio da legislatura por já ter "o coração em Bruxelas". Esta ideia foi rejeitada pela ministra Adjunta, Ana Catarina Mendes, que afirmou que o primeiro-ministro cumprirá a legislatura.
Contudo, se tal acontecer, Nuno Melo afirmou se preparado para eventuais eleições antecipadas e, "se assim for", será nessa altura que o partido voltará ao parlamento, prometeu.
Melo estabeleceu como espaço natural do CDS o "humanismo personalista" que disse estar em falta entre o PSD e o Chega e será nesse espaço que se quer sentar quando voltar ao parlamento.
Os resultados da votação das moções de estratégia global foram conhecidos na madrugada de domingo, no final de quase 16 horas de trabalhos, com a de Nuno Melo a conseguir 73% dos votos. A lista que encabeçou para a Comissão Política Nacional obteve 75% dos votos, enquanto a lista para o Conselho Nacional, órgão máximo entre congressos, obteve dois terços dos votos e 47 mandatos.
A lista que agregou elementos da direção anterior e das moções derrotadas ou retiradas conseguiu 23 lugares.
Na direção, que apresenta alguma renovação, Nuno Melo contará neste mandato de dois anos com vários nomes das anteriores direções de Paulo Portas e de Assunção Cristas, como o ex-líder parlamentar Nuno Magalhães e o ex-deputado João Rebelo, os primeiros da lista ao Conselho Nacional.
A médica Isabel Galriça Neto, como porta-voz, o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio, o ex-líder parlamentar Telmo Correia, Álvaro Castello-Branco, João Gonçalves Pereira, entre nomes menos conhecidos como Ana Clara Birrento, Diogo Moura, João Varandas Fernandes e Maria Luísa Aldim como vice-presidentes.
Ausentes desta direção estão nomes como Cecília Meireles, por razões "estritamente profissionais", Diogo Feio, Filipe Lobo d`Ávila e António Carlos Monteiro.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.