Já a liderança PSD/CDS-PP destacou a tranquilidade, "longe de aproveitamentos eleitorais".
Os vereadores da oposição na Câmara de Lisboa consideraram que a reunião extraordinária desta segunda-feira sobre o acidente com o elevador da Glória "muito pouco" adiantou de esclarecimentos, enquanto a liderança PSD/CDS-PP destacou a tranquilidade, "longe de aproveitamentos eleitorais".
"Esta reunião decorreu num ambiente muito tranquilo [...] é mesmo a tónica e o tom que se impõe para avaliar uma tragédia desta dimensão, longe de aproveitamentos eleitorais e de partidarizar esta questão. É preciso calma. Realmente, a tragédia continua a ser uma questão por nós entendermos. Não podia ter acontecido o que aconteceu, mas agora vamo-nos empenhar em tentar perceber o que é que se passou e esse empenho é total, num contexto já mais tranquilo", afirmou o vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP).
O vice-presidente da Câmara de Lisboa falava no final de uma reunião extraordinária para atualização das informações sobre o acidente com o elevador da Glória, realizada a pedido da oposição, que queria que fosse no dia 25 de setembro.
Contudo, o presidente do executivo municipal, Carlos Moedas (PSD), decidiu agendá-la para esta segunda-feira, dia seguinte às eleições autárquicas, "para não partidarizar um tema que deve merecer todos os esclarecimentos técnicos".
O descarrilamento do elevador da Glória, sob gestão da empresa municipal Carris, ocorreu no dia 03 setembro e provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.
Defendendo uma postura de esclarecimento e transparência total sobre o acidente, o vereador do PS Pedro Anastácio criticou a liderança PSD/CDS-PP, bem como a Carris, por "uma postura de rolha, de não divulgação de informação", considerando que "isso é negativo, porque atrapalha aquilo que é o restabelecimento da cidade, da confiança da cidade nas infraestruturas de transporte público da Carris".
Sobre os novos dados no âmbito do elevador da Glória, inclusive dois acidentes que ocorreram antes da tragédia de 03 de setembro, mas que não foram devidamente registados pela Carris, o vice-presidente da Câmara assegurou que "ninguém os quis incumbir ou não os trazer a público", explicando que esses episódios se deveram a falha humana e "não têm qualquer paralelo" com a dimensão do acidente de 03 de setembro, "que remete para questões estruturais da própria segurança dos elevadores".
"Da parte da Carris e da parte da Câmara, há um empenho total em esclarecer tudo o que tenha a ver e que nos ajude a compreender o que é que se passou. Não está ninguém à defesa ou preocupado em encobrir ou não trazer a informação, mas numa gestão muito difícil, que é uma gestão decorrente de um acidente que nos deixou a todos muito perturbados, eventualmente poderá haver falhas de comunicação", justificou Anacoreta Correia, reforçando que o empenho total é para perceber o que se passou "para que não volte a acontecer".
Para o socialista Pedro Anastácio, o dever da Câmara de Lisboa "era matar imediatamente essa polémica", com "um esclarecimento cabal disso".
"Lamentamos que não tenha sido essa opção", apontou o vereador do PS.
Quanto aos alertas sobre o funcionamento do elevador, Pedro Anastácio disse que a informação transmitida é que eram "genéricos relativamente à manutenção, nunca foram específicos relativamente ao elevador da Glória".
"Ainda falta esclarecer muitos aspetos, nomeadamente perceber o que é que aconteceu e o que é que falhou", insistiu o socialista, aguardando o relatório final sobre o acidente para perceber o que falhou, quem falhou e de quem é a responsabilidade.
A vereadora do PCP Ana Jara disse que "esta reunião, de certa forma, não teve qualquer efeito", indicando que "não foi dado um esclarecimento cabal" sobre a implementação da proposta comunista de avaliar o estado de conservação dos elevadores, inclusive a externalização da manutenção, bem como quanto ao estudo da carga turística.
Dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), Paula Marques sublinhou que "não houve propriamente grandes esclarecimentos", referindo que várias questões não foram respondidas por PSD/CDS-PP, nomeadamente sobre a responsabilidade que a Carris tem no acompanhamento da empresa de manutenção.
Também o vereador do Livre Carlos Teixeira, em substituição de Rui Tavares, manifestou-se insatisfeito com os esclarecimentos, nomeadamente quanto a "questões relativamente ao passado, ao presente e ao futuro de toda esta situação", destacando o processo de modernização dos elevadores.
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