Antigo Presidente da República discursava na homenagem, na residência oficial de São Bento, que assinala os 40 anos da sua primeira tomada de posse como chefe do Governo.
O antigo primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva alertou esta quarta-feira que "é impossível" governar "sem falhas e erros", mas defendeu que, mesmo que falhar seja humano, os erros cometidos "não podem ser escondidos".
O antigo primeiro-ministro e Presidente da República Aníbal Cavaco Silva discursava na homenagem, na residência oficial de São Bento, que assinala os 40 anos da sua primeira tomada de posse como chefe do Governo, a 06 de novembro de 1985.
"Uma coisa é a teoria, outra é a prática política. Por mais que um governo trabalhe intensamente e se esforce, é impossível evitar falhas e erros. Como costumo dizer 'nobody is perfect' [ninguém é perfeito]. Em política, os erros cometidos por um Governo, mesmo que tal seja humano, não podem ser escondidos e, às vezes, os erros são mesmo inventados para serem notícia com estrondo", afirmou.
O antigo chefe do executivo defendeu também que um "bom Governo de um país da União Europeia" é aquele que considera "as condicionantes externas, é formado por uma verdadeira equipa que tem uma estratégia definida para alcançar os objetivos definidos, em que os instrumentos das diferentes políticas são utilizados nas doses e nos momentos certos, e é garantida uma boa articulação e sintonia de linguagem entre os ministérios".
"Esta definição sintética, diferente da que é dada pelo ChatGPT, era ela que me guiava mas que, como é óbvio, não consegui que fosse plenamente cumprida", declarou.
Cavaco Silva começou o discurso por lembrar que, depois da tomada de posse do seu primeiro executivo, minoritário, o socialista Manuel Alegre falava de um "Governo com data marcada para morrer e que, sendo fraco, fazia fraca a própria democracia".
"As previsões dos analistas políticos às vezes falham e acabei por exercer as funções de primeiro-ministro durante dez anos", acrescentou, afirmando que a tomada de posse em 1985 "mudou radicalmente" a sua vida.
O líder do PSD recordou que chegou à chefia do Governo com "óbvia falta de experiência parlamentar e caía facilmente num tom pedagógico que irritava muito os senhores deputados", mas salientou que beneficiou de um tempo em que, nas relações entre os políticos, "imperava a boa educação".
Frisando as boas relações com os líderes do PS, CDS, PCP e PRD, Cavaco Silva assinalou que os debates parlamentares eram "vivos", mas sem "rudez", "má educação" ou "linguagem de denúncia, insulto, calúnia", ao contrário, disse, "ao que se assiste nos novos tempos".
Cavaco Silva falou ainda das diferenças na comunicação social para referir que, à exceção do que acontecia no semanário "O Independente", a "procura de grandes títulos sobre o Portugal negativo, sobre a desgraça, a suspeição como parte da luta contra a concorrência, não era normal".
Nesta sessão, que decorreu na Sala da Lareira, participaram os ministros do atual Governo e vários antigos governantes de Cavaco Silva, como o atual candidato presidencial Luís Marques Mendes, a conselheira de Estado Leonor Beleza ou a antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite.
Eduardo Catroga, João de Deus Pinheiro, Teresa Patrício Gouveia, Faria de Oliveira e Mira Amaral foram outros dos convidados da cerimónia.
Atrás do púlpito, está uma fotografia da tomada de posse de Cavaco Silva, conferida pelo então Presidente da República Ramalho Eanes e onde é também possível o seu antecessor na chefia do Governo, o socialista Mário Soares.
Aníbal Cavaco Silva foi primeiro-ministro durante 10 anos, entre 1985 e 1995, tendo conquistado duas maiorias absolutas em eleições legislativas. Entre 2006 e 2016 exerceu funções como Presidente da República.
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