Chega votou contra os requerimentos do PS e PCP. PSD e CDS-PP votaram contra no requerimento dos comunistas e abstiveram-se no dos socialistas.
O parlamento chumbou, esta terça-feira, os pedidos de audição urgente do ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, requeridos pelo PS e PCP, sobre a escala de caças F-35 com destino a Israel na Base das Lajes, nos Açores.
Na comissão parlamentar de Defesa Nacional, o Chega votou contra os dois requerimentos, e PSD e CDS-PP, partidos que suportam o Governo no parlamento, votaram contra o requerimento dos comunistas e abstiveram-se no dos socialistas.
Em causa está uma escala na Base das Lajes, situada no arquipélago dos Açores, de três aeronaves F-35, em abril, que foram vendidas pelos Estados Unidos da América a Israel, que terá sido feita sem comunicação prévia ao chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel, - uma "falha de procedimento" cujas responsabilidades o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) disse querer apurar.
Depois de inicialmente a autorização ter sido imputada a uma entidade dependente do Ministério da Defesa, a Autoridade Aeronáutica Nacional, os Negócios Estrangeiros esclareceram que se tratou "exclusivamente de uma falha interna de comunicação no âmbito" da tutela de Paulo Rangel.
Pelo PS, o coordenador do partido nesta comissão, Luís Dias, considerou que ainda persistem informações "contraditórias" e salientou que, "tratando-se de uma situação que tem a ver com uso militar da Base da Lajes há necessidade de ouvir o senhor ministro da Defesa Nacional".
Luís Dias sustentou que Portugal faz parte "de uma convenção que, de alguma forma, tenta evitar este tipo de situações", entendendo que o ministro deveria dar mais esclarecimentos sobre o tema.
Contudo, os socialistas ficaram isolados na defesa desta tese, uma vez que o deputado do PCP Alfredo Maia não estava presente para defender o seu requerimento por "sobreposição de reuniões de outras comissões", que decorriam ao mesmo tempo.
Pelo PSD, o deputado Bruno Ventura afirmou que o seu partido não se iria opor a ouvir o ministro na comissão mas realçou que o requerimento do PS "em nenhum momento fala da competência do Ministério da Defesa em relação à autorização" da escala ou não.
O deputado do Chega Nuno Simões de Melo insurgiu-se contra os dois requerimentos, salientando que os F-35 que passaram na Base das Lajes "eram aviões do Estado norte-americano e não do Estado de Israel" e que, como tal, Portugal teria que proceder "conforme um país aliado e com quem temos um acordo de utilização até para a utilização da Base das Lajes".
"O Chega não vê qualquer razão em ouvir o ministro da Defesa para um assunto que foi admitido pelo próprio ministro dos Negócios Estrangeiros que até seria da sua responsabilidade", argumentou o coordenador do partido na comissão.
Também o deputado do CDS-PP João Almeida confessou não entender "a pertinência" dos requerimentos e argumentou que o direito a chamar ministros ao parlamento "é livre" mas "em função da matéria", salientando que não se pode "chamar o ministro da Defesa para discutir as barragens ou o sistema elétrico nacional".
"Sabemos que a competência relativamente a este tipo de acordos não e do ministro da Defesa é do ministro dos Negócios Estrangeiros. Os Estados não se relacionam entre as Forças Armadas de um país e as Forças Armadas de outro país. (...) A utilização de instalações militares não é o chefe de Estado-Maior de um país que liga ao outro chefe de Estado-Maior e diz, «olha, tu não te importas que eu passe aí com aviões?» Isto não é a guerra do Solnado", ironizou.
Para o CDS-PP, partido liderado por Nuno Melo, "o Ministério dos Negócios Estrangeiros foi claríssimo", inclusive "na assunção de responsabilidade".
O caso foi noticiado em plena campanha eleitoral para as autárquicas, no início deste mês, tendo o primeiro-ministro lamentado que tenha havido "um erro processual". Contudo, Luís Montenegro recusou qualquer demissão no executivo por esta razão.
A Base Aérea das Lajes, situada no arquipélago dos Açores, é utilizada militarmente pelos Estados Unidos da América, no âmbito de um acordo de cooperação bilateral.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.