Cerimónia contará com a participação dos dois filhos do antigo Presidente da República.
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A Assembleia da República evocou esta sexta-feira a figura do histórico dirigente socialista Mário Soares, com o mesmo modelo da sessão que assinalou o 25 de Novembro de 1975, com honras militares e encerrada pelo Presidente da República.
Nesta sessão do centenário de Mário Soares, de acordo com o cerimonial aprovado, a diferença mais relevante é o tratamento protocolar de destaque concedido aos dois filhos - Isabel e João Soares - do antigo Presidente República (1986/1996), fundador e primeiro líder do PS.
De resto, em comparação com a sessão que assinalou a operação militar do 25 de Novembro de 1975, é quase tudo igual. O tempo atribuído aos discursos dos representantes dos grupos parlamentares é o mesmo, cinco minutos e trinta segundos, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, usa da palavra imediatamente antes de Marcelo Rebelo de Sousa, e o hino nacional será tocado por duas vezes, na abertura e no fim da cerimónia.
Na sexta-feira, a Guarda de Honra, constituída por um Batalhão da Guarda Nacional Republicana, com Estandarte Nacional, banda e fanfarra, vai estar postada no passeio fronteiro à Assembleia da República a partir das 09:45 horas.
Além dos titulares dos diferentes órgãos de soberania, foram convidados para a sessão representantes do corpo diplomático em Portugal, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, a provedora de Justiça, os chefes dos ramos das Forças Armadas, os representantes da República para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, os presidentes das assembleias legislativas e dos governos regionais açoriano e madeirense, entre outros responsáveis de entidades.
Em destaque, estiveram também figuras como os conselheiros de Estado, responsáveis pelos serviços e forças de segurança, assim como os presidentes do Conselho Económico e Social, da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, da Associação Nacional de Freguesias, e o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno.
Discurso de Aguiar-Branco
O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, propôs esta quinta-feira que o busto de Mário Soares, fundador e primeiro líder do PS, fique instalado na Sala do Senado do parlamento.
Esta proposta foi apresentada pelo antigo ministro social-democrata no discurso que proferiu na sessão solene evocativa dos cem anos do nascimento de Mário Soares, Presidente da República entre 1986 e 1996 e primeiro-ministro de três governos constitucionais (1976/1978, 1978 e 1983/1985).
José Pedro Aguiar-Branco recordou que na sessão solene de 1990, na Assembleia da República, Mário Soares, então chefe de Estado, evocou Francisco Sá Carneiro e defendeu que o fundador do PPD deveria ser lembrado "na galeria dos bustos que honram os grandes parlamentares do passado e que honram o parlamento".
"Há poucas semanas, os serviços iniciaram o processo para termos, em 2025, um busto de Mário Soares na Assembleia da República. Sei que ele apreciaria o gesto, mas tomo a liberdade de sugerir onde deverá ficar colocado: na Sala do Senado. Especificamente na Sala do Senado", defendeu o presidente da Assembleia da República.
Homenagem de Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República fez o discurso de encerramento da sessão solene. Marcelo Rebelo de Sousa evocou Mário Soares como sendo "um dos pais fundadores do sistema político e partidário português. Foi um militante da Liberdade, da Democracia e da Europa".
Marcelo Rebelo de Sousa enumerou um conjunto de qualidades do ex-político, destacando a " paixão pela política como obrigação cívica e entrega total desde a adolescência até ao fim da vida, coragem ilimitada, visão antecipadora do futuro, poder de mobilizar as pessoas. Capacidade de antecipar e preparar o futuro. Força da oratória e enraizamento afetivo e popular do novo regime".
Para o Presidente da República, Mário Soares foi "mobilizador e conquistador de almas em momentos decisivos".
"Ele foi singular como singular foi a sua companheira de toda uma vida Maria Barroso", finalizou.
No fim da cerimónia, a banda da GNR, formada nos Passos Perdidos, executou o Hino Nacional, e o Presidente da República, acompanhado pelo presidente da Assembleia da República, abandonou a Sala das Sessões.
Mário Soares, que faria 100 anos a 7 de Dezembro, sábado, desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história contemporânea portuguesa, sendo fundador do PS após combater o regime do Estado Novo.
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