Pedro Nuno Santos diz que Luís Montenegro esteve "três semanas a fugir às questões". Diz ainda que o primeiro-ministro "decidiu apresentar uma moção de confiança que ninguém lhe pediu, por isso estamos à beira de eleições". 

O CM sabe que Luís Montenegro já falou com Presidente da República, após a queda do governo. 

André Ventura afirmou que o primeiro-ministro estava "desesperado" e que "tentou agarrar-se à única bóia de salvação que podia ter" com a moção de confiança. 

A presidente do PAN, Inês Sousa Real, diz que é "lamentável que o primeiro-ministro tenha arrastado o País para esta instabilidade".

"Escudou-se por trás de uma moção de confiança que tinha uma morte anunciada", diz Inês Sousa Real. 

Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda, disse esta terça-feira que "por decisão do primeiro-ministro vamos a eleições".

"Há uma conclusão que fica neste debate que é a mesma antes deste começar, o primeiro-ministro não pode receber através de uma empresa que é sua enquanto assume o cargo de primeiro-ministro", diz Mariana Mortágua. Luís Montenegro não pode receber avenças da empresa Spinumviva, uma vez que esta pertence à sua esfera pessoal, acrescenta a líder do BE. 

A líder do Bloco de Esquerda defende que Montenegro não pode esconder informações sobre essa empresa e "por esse motivo não pode continuar a ser primeiro-ministro". 

A Moção de Confiança teve o desfecho previsto, segundo a líder do Bloco.

Rui Tavares diz que "não é verdade" que Governo tenha feito de tudo para evitar queda do executivo. "O senhor primeiro-ministro não fez o que era preciso para evitar uma crise política", diz o porta-voz do Livre. 

Pedro Nuno Santos disse lamentar o que aconteceu, esta terça-feira, no parlamento, e considera que atitude de Montenegro "foi uma atuação vergonhosa de alguém que não tem condições para governar o País".

"Foi tudo mal, não digno da nossa democracia", acrescentou o secretário-geral do PS.

Pedro Nuno Santos acusou ainda o Governo de utilizar a moção de confiança como moeda de troca para que o PS abandonasse a CPI.

O presidente da República vai receber os partidos na quarta-feira, no Palácio de Belém. 

11h00 – Partido Social Democrata (PPD/PSD)

12h00 – Partido Socialista (PS)

13h00 – Chega (CH)

14h00 – Iniciativa Liberal (IL)

15h00 – Bloco de Esquerda (BE)

16h00 – Partido Comunista Português (PCP)

17h00 – Livre (L)

18h00 – CDS - Partido Popular (CDS-PP)

19h00 - Pessoas-Animais-Natureza (PAN)

Marcelo Rebelo de Sousa também convocou Conselho de Estado para quinta-feira, pelas 15h00, no Palácio de Belém.   

"Tentámos tudo, mas mesmo tudo", diz Montenegro sobre queda do Governo. Luís Montenegro acusa o PS de manter uma CPI "prolongada no tempo".

Montenegro lamenta o desfecho e admite que portugueses podem "não perceber porque vamos ter eleições quando têm um governo com uma avaliação globalmente positiva". Montenegro diz que "quem sai fragilizado é o País". 

"Esgotámos todas as possibilidades. O País tem que ir a eleições": Hugo Soares reage ao chumbo da Moção de Confiança. O líder Parlamentar do PSD disse estar confiante de que os portugueses "vão confiar na AD". 

PS, Chega, PAN, Bloco de Esquerda e Livre votaram contra. PSD, CDS-PP e IL foram os únicos a votar a favor da moção de confiança.       

O Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, diz que o governo fez de tudo para evitar uma crise. Executivo propôs um prazo para as conclusões da CPI de até ao fim de maio, mas o PS recusou. 

Paulo Núncio, do CDS, pede interrupção dos trabalhos antes da votação. Sessão retomada dentro de uma hora

Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, faz o discurso de encerramento e refere as várias medidas tomadas pelo Governo. Refere ainda que os salários estão a crescer acima de 6%, o emprego em máximos históricos, [...] "em síntese uma vida melhor para todos", repete. 

"Querem eleições [o PS] porque sabem que o Governo está a governar bem", disse. 

"Se querem mesmo uma CPI e um total esclarecimento viabilizem esta moção de confiança", garantiu.

Hugo Soares, do PSD, diz que o Governo "tentou tudo" para evitar eleições.

Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares, discursa durante seis minutos e apresenta uma proposta em nome do Governo de seguir o método do PS, de uma CPI. 

"Nos próximos dias definimos a documentação", disse. 

Pedro Nuno Santos devolve o desafio e pede que o Governo retire a moção de confiança.

Pedro Duarte não fica esclarecido. Alexandra Leitão, responde e diz que "uma CPI de 15 dias não é uma CPI".

"Tirem a moção de confiança e vamos esclarecer os portugueses", disse. 

Luís Montenegro saiu do hemiciclo durante poucos minutos.

Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS, diz que o partido quer esclarecimentos para este País, para os portugueses e por isso têm de ser públicos. 

Sobre a moção de confiança, Alexandra leitão diz que "apresentá-la só pode ser vontade de fugir àquilo que é um instrumento normal e transparente, que é uma CPI".

"Se quer prestar esclareimentos faça-o publicamente, sujeite-se à CPI e retire a moção de confiança", acrescentou.

Hugo Soares saiu do hemiciclo após a votação e respondeu aos jornalistas, à margem do debate.

"Não vou dizer se fiz ou nao fiz" [conversa com o PS antes do debate].

A mesa aguarda que o grupo parlamentar do PSD pretenda a votaçao do requerimento. O PSD mantém o requerimento para ser votado. 

O PS, BE, PCP e Chega votam contra a suspensão de 30 minutos. A favor votaram o PSD, CDS e IL.

Livre e PAN abstiveram-se. Assim sendo, os trabalhos continuam. 

O PS recusou o pedido do PSD de juntar Montenegro e Pedro Nuno Santos para uma conversa.

Hugo Soares, do PSD, diz que de tudo o que foi ouvido hoje parece conciliável que haja uma conversa e pede uma suspensão dos trabalhos durante meia hora para que Pedro Nuno Santos e primeiro-ministro conversem. 

Em resposta aos deputados, Luís Montengero volta a pedir ao PS que coloque as questões (e que se suspenda a sessão). 

"Não estou interessado, nem o Governo em eleições. Estamos interessados em condições", disse. 

Luís Montenegro repete que se o PS exige a clarificação que coloquem as respostas por escrito.

No início do discurso, Eurico Brilhante Dias, do PS, cita Francisco Sá Carneiro e é vaiado no Parlamento. 

Aguiar-Branco volta a pedir silêncio no Parlamento após Eurico Brilhante Dias ter sido interrompido. 

"Não continuarei enquanto for impedido de falar", disse o deputado do PS. 

Eurico Brilhante Dias acusou ainda Montenegro de não ter credibilidade e voltou a desafiar Montenegro a retirar moção de confiança: "Tenha coragem e retire a moção de confiança".

Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, acusa Montenegro de dizer que os deputados do Chega são "restos", mas remata: "Até podem ser restos, mas não são corruptos e não são arguidos". 

Pedro Pinto diz que quem "manda é o povo" e que esta "crise tem dois culpados [...] o primeiro-ministro e Pedro Nuno Santos. 

Luís Montenegro começa por lançar críticas a Pedro Nuno Santos ao dizer que o seu interesse, é saber quais são as empresas, quem trabalhou nelas [...] e não é escrutinar a exclusividade.

"Tem curiosidade em saber como foi construída [a empresa da família Montenegro]", disse.  

"Eu não me importo que a AR faça isso. Assuma com frontalidade que é essa a sua pretenção escreva-me", acrescenta. 

Montenegro volta a sugerir a Pedro Nuno Santos que se suspenda a sessão (é a terceira vez)

Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, compara a situação de António Costa e diz que o "Dr. António Costa não se demitiu por ser suspeito num processo. Demitiu-se porque nao tinha condições para governar depois de ter sido recuperado dinheiro no gabinete do chefe de gabinete de Antonio Costa [Vítor Escária].

Entretanto, Aguiar-Branco volta a pedir que se faça silêncio. 

"O PS é o Chega com casaco de peles", acrescentou ainda Hugo Soares aos socialistas. 

Rui Tavares, porta-voz do Livre, fala na lealdade de Luís Montenegro. 

"Não é leal que o parlamento saiba das notícias pela imprensa", disse. 

"Estamos aqui por causa das suas escolhas e das suas omissões", asseverou. 

Pedro Nuno Santos, diz que tudo isto é responsabilidade de Luís Montenegro. 

"Sei que o primeiro-ministro está zangado mas só se pode queixar de si próprio", disse. 

"Hoje temos muitas mais razões para chumbar a moção de confiança, [...] se quer evitar uma Comissão parlamentar de Inquérito retire a moção", acrescentou.

"Nós já entregamos o nosso requerimento da CPI, retire a moção de confiança e aceite a Comissão de Inquérito", dispara. 

Luís Montenegro diz que não tem "dúvida nenhuma que os portugueses em casa não desejam ter eleições antecipadas", mas também sabe que [os portugueses] nao os "perdoarão para uma degradação de vida política". 

O primeiro-ministro diz ainda que ao principal partido da oposição (PS) "basta abester-se". 

Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, refere que os responsáveis políticos têm falhado. 

"Em vez de dar explicações optaram por eleições", refere. 

"A IL decidiu votar a favor desta moção de confiança", disse Rui Rocha, acrescentando que a "IL é provavelmente o partido que seria mais beneficiado [nas sondagens]". 

"Quiseram dizer aos portugueses, que não percebem as razões da crise, que eles em casa estão enganados", garante.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP diz que "tudo é importante menos a estabilidade da vida de quem trabalha". 

"A rejeição do PCP à sua moção de confiança é sinal claro desta política de retrocesso", assevera. 

Paulo Raimundo acusa ainda Montenegro de tentra "sacudir as suas responsabilidades" e refere que o PCP "recusa participar nesta novela".

Inês Sousa real, do PAN, pede a Montenegro que "retire a moção de confiança e tenha a humildade de falar com os dois maiores partidos". 

"O narrador não tem contado a história", disse. 

Em resposta a André Ventura, Luís Montenegro diz que tem a consciencia totalmente tranquila.

"Não estou a contar de ser suspeito de coisa nenhuma", disse.

A Paulo Núncio, Luís Montenegro diz que não há dúvida de que esta é a prova do Governo. 

Por fim, Montenegro insiste estar disponível para suspender debate e responder às questões da oposição

André Ventura, líder do Chega, diz que este é o último debate que teremos sobre a governação de Montenegro e critica o discurso inicial do primeiro-ministro sobre o País.

Caso o Governo caia, Ventura diz que está convencido que "Chega vencerá as eleições legislativas". 

Andre Ventura acusa ainda Montenegro de arrogância e afirma: "não é não" (como disse o PM no início do mandato)

Mariana Mortágua, do BE, anuncia voto contra moção de confiança. 

A deputada acusou ainda Montenegro de omitir informações importantes. 

"Continuamos sem saber o nome dos clientes regulares, o nome das avenças [...]", disse. 

Paulo Núncio, do CDS, diz que esta "é a oportunidade que o PS tem de evitar atirar o País para uma crise política". 

Ao dirigir-se ao PS, nomeadamente a Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro acusa-o de mentir.

"O Sr. Pedro Nuno Santos mentiu", afirma Montenegro. O primeiro-ministro diz-se disponível para suspender a sessão de moção de confiança se Pedro Nuno Santos "disser exatamente o que quer", pedindo que "apresente perguntas".

Luís Montenegro começa por dizer que há um ano um dia o povo português confiou a possibilidade (ao PSD) de Governar o País.

"Estamos a excutar o programa 'acelerar a economia'. Descemos os impostos sobre o trabalho, o rendimento mensal médio líquido aumentou ceca de 7%, aumentámos as pensões e a comparticipação dos medicamentos", numerou. 

"Há um ano encontramos um estado social em colapso", disse, dirigindo-se ao PS. 

"Sobre a minha conduta prestei esclarecimentos e respondi a duas moções de censura. A minha atividade politica nao teve nem tem qualquer influência", acrescentou. 

"Quem não deve não teme e eu tenho a minha consciência tranquila", asseverou.

Luís Montenegro acusou ainda o Chega de ter feito tudo para afastar as atenções dos seus próprios problemas. Diz que André Ventura andou de mãos dadas com o PS. 

O líder do Chega, André Ventura, afirmou, esta terça-feira, que o responsável pela crise política é Luís Montenegro.

Ventura voltou a frisar que o Chega vai votar contra a moção de confiança, uma vez que esta "é uma encenação, uma chantagem ao País, um ato de cobardia do primeiro-ministro".

"Montenegro só tinha de ter dito que não tinha condições e demitir-se", afirmou o líder do Chega.

O Secretário-Geral do Partido Social Democrata (PSD), Hugo Soares, apelou ao Partido Socialista (PS), esta terça-feira, que não leve o País a eleições, "que ninguém o deseja".

Hugo Soares garante que haverá uma crise política hoje se o Parlamento quiser.

O político defendeu, ainda, que não há nenhuma pergunta que tenha ficado por responder por Luís Montenegro. "Se o PS quisesse mesmo que o primeiro-ministro respondesse, poderia ter colocado perguntas escritas ao próprio".

A líder da bancada socialista, Alexandra Leitão, anunciou ao grupo parlamentar que o PS votará contra a moção de confiança que o Governo leva ao parlamento, confirmou à Lusa fonte oficial do partido.

Este anúncio foi feito na reunião do grupo parlamentar do PS que decorre esta manhã no parlamento, à porta fechada, horas antes do debate e votação da moção de confiança que tem chumbo anunciado e que levará à queda do executivo liderado por Luís Montenegro.

À saída dessa reunião do órgão do PS, o líder socialista, Pedro Nuno Santos, defendeu que o partido "está unido neste momento importante" para Portugal, reiterando que evitar a crise política está nas mãos do primeiro-ministro porque é quem pode retirar a moção de confiança.

O debate, marcado para as 15h00, arrancará com uma intervenção do Governo de 12 minutos, seguindo-se o debate, e o encerramento pelo executivo, num total de 151 minutos. No final, caso a moção não seja retirada (hipótese já afastada pelo Governo), segue-se de imediato a votação. Além de PSD e CDS-PP, apenas a IL anunciou que votará a favor, com PS, Chega, PCP, BE e Livre a garantirem o 'chumbo' do documento. Se a moção de confiança não for aprovada, tal é comunicado pelo Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para efeitos do disposto no artigo 195.º da Constituição, que determina que a não aprovação de uma moção de confiança implica a demissão do Governo.

A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que passou na semana passada apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.