Chefe do Estado-Maior do Exército entregou esta quarta-feira a carta de resignação ao Presidente da República.
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O CDS-PP foi esta quarta-feira o primeiro partido a comentar a "inevitável demissão" de Rovisco Duarte de Chefe de Estado-Maior do Exército (CEME), devido ao caso de Tancos, e pediu explicações do primeiro-ministro, António Costa.
Cinco dias após a demissão do ministro da Defesa Nacional Azeredo Lopes e uma hora após ser conhecida a saída do CEME, que o CDS-PP reclamava desde há meses, o deputado Telmo Correia responsabilizou António Costa e pediu-lhe explicações.
"O elo comum que travou estas demissões, que pedimos há um ano e agora há poucos meses" é o primeiro-ministro e, "cabe, no limite, ao primeiro-ministro" dizer "por que aconteceu".
"Cabe-lhe explicar por que aconteceu agora [a demissão] e não antes", afirmou o deputado do CDS-PP, partido que propôs uma comissão parlamentar de inquérito ao furto de Tancos, cuja votação está agendada para dia 26 de outubro.
PSD avisa que gravidade do caso "não se apaga nem se esquece" com demissão do CEME
Em declarações aos jornalistas, o vice-presidente da bancada do PSD Carlos Peixoto considerou que o pedido de exoneração de Rovisco Duarte aconteceu depois de o presidente do grupo parlamentar do PS, Carlos César, ter defendido, na TSF, que eram necessárias consequências ao nível das Forças Armadas e em especial do Exército.
"O PS e o Governo podem protagonizar e defender as demissões que entenderem porque pensam que assim apagam, evaporam e consomem este caso. Mas a gravidade do caso Tancos não se apaga, nem se esgota, nem se esquece com esta demissão", alertou.Segundo Carlos Peixoto, "o PSD levará este caso até às últimas consequências" na Comissão Parlamentar de Inquérito que irá realizar-se sobre Tancos, proposta pelo CDS-PP e que tem aprovação garantida.
Nenhuma demissão retira "vontade política" ao PCP de "apurar tudo"
O deputado comunista Jorge Machado assegurou esta quarta-feira que nenhuma demissão retira "vontade política" ao PCP de "apurar tudo" no caso de Tancos, após conhecer-se a saída do cargo do Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME).
"Queremos aqui registar o facto de o CEME assinalar agora que não tem condições para continuar no cargo e, ao mesmo tempo, dizer o que dissemos aquando da demissão do ministro. Nem uma demissão nem outra retiram qualquer vontade política ao PCP de apurar tudo até às últimas consequências", disse, nos passos perdidos do parlamento.
O parlamentar do PCP reiterou que "se impunha o apuramento das responsabilidades da estrutura das Forças Armadas, não só o capitão, o sargento e o praça que foram os únicos que sofreram processos disciplinares, mas que era importante que generais de duas e três estrelas, que tiveram responsabilidades na condução e medidas de segurança de Tancos, tivessem também sido responsabilizados".
"Quem quis fazer do caso de Tancos um problema de responsabilização política apenas deste Governo... Nós entendemos que essa responsabilização tem de ser feita de forma mais genérica, portanto isto não resolve o problema, quer do apuramento de responsabilidades criminais, que correm o seu curso judicialmente, quer de responsabilidades políticas, que são bem mais abrangentes do que as demissões destes dois elementos", continuou Jorge Machado.
Para o deputado comunista, "a comissão parlamentar de inquérito formulada pelo CDS, da forma como a coloca, é limitativa, porque quer apurar responsabilidades políticas de junho de 2017 para a frente".
BE continua a exigir apuramento de todas as responsabilidades após demissão do CEME
O general Rovisco Duarte justificou perante o Exército o pedido de demissão do cargo de Chefe do Estado-Maior do ramo afirmando que "circunstâncias políticas assim o exigiram", disseram à Lusa fontes militares.
"O Bloco de Esquerda regista a demissão do Chefe do Estado-Maior do Exército. E continuaremos a exigir é que o processo vá até ao fim, que se apurem todas as responsabilidades, com as consequências inevitáveis dessas mesmas responsabilidades, e é isso que estamos à espera", disse o deputado do BE João Vasconcelos, em declarações aos jornalistas no parlamento, em Lisboa
O BE, acrescentou, continua "a considerar que o que se passou em Tancos foi um ato muito grave e que revela uma das falhas das funções sociais do Estado na questão da Defesa".
"Exigimos que se apurem todas as responsabilidades, mas temos é que garantir que o Ministério Público faça o seu trabalho, sem pressões de qualquer ordem, e o BE estará nessa ordem de ideias", assegurou.
Questionado pelos jornalistas sobre se esta demissão chega tarde, João Vasconcelos escusou-se a comentar.
"O senhor Chefe do Estado-Maior do Exército veio diversas vezes à comissão de Defesa, deu os esclarecimentos que, na altura, entendeu dar. O Bloco de Esquerda colocou muitas questões relativamente a essa matéria e vamos aguardar", disse apenas.
Já em relação ao 'timing' da demissão ser após a tomada de posse do novo ministro da Defesa, o deputado bloquista disse desconhecer os motivos, sabendo apenas "o que veio na comunicação social".
"Mas, estamos a aguardar mais esclarecimentos, mais desenvolvimentos sobre a matéria, até porque o processo prossegue os seus trâmites normais no âmbito do Ministério Público e é isso que continuaremos a aguardar", insistiu.
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